Crónica: De costas voltadas


Entrámos nas últimas três jornadas do campeonato nacional e, ainda contínuo de costas voltadas. Sim, estou 
de costas voltadas, assim como estive toda a época. Se ao início ainda dei o benefício da dúvida, depois da derrota em Coimbra para a Taça virei mesmo as costas. Eu e muito provavelmente alguns jogadores e adeptos. Mas afinal a quem virei as costas? Ao clube? Ao presidente? À equipa? Não. Virei as costas ao nosso treinador. Como referi na altura e, agora menciono mais do mesmo, para mim a derrota frente à Académica foi o início da viragem. A partir desse momento preferi ganhar a todo o custo, do que jogar com brilhantismo e, arriscar a não ganhar. Por isso virei as costas ao treinador, virei as costas às suas infantilidades, receios e, nervosismo em conferências de imprensa.

É certo que os resultados voltaram a oscilar e, não aconteceu tantas vitórias como assim esperava, mas algo me diz que aquele jogo foi importante para o resto da temporada, assim como a próxima. Não fui só eu certamente a virar as costas a este dito treinador. Certos jogadores também o fizeram, mas esses já o estavam a fazer desde o início da época. Percebe-se no entanto que ao virar as costas, resulta de ver treinador para um lado e plantel para o outro. Limitaram-se a fazer o que lhes compete e, a ganhar os jogos quando tem mesmo que ser. Reprovo a cem por cento esta forma de estar, mas nesta época era o melhor que havia a fazer pois o líder não o sabe ser e, além disso tem (tinha) um adjunto que ainda não se apercebeu onde está a trabalhar.



Quanto à culpa é inteiramente do dito líder, pois não coloca ordem nem impõe as suas ideias á equipa. Passou de sublíder para líder e isso deve-lhe ter mexido com a sua forma de trabalhar, mas se achava que não ia consegui bastava dizer que não ao desafio e evitava certas coisas.
De costas voltadas, foi assim que vi esta época. Mandei às “favas” este medíocre líder, limitei-me a ver o meu clube jogar e ganhar, limitei-me a ver os jogadores a jogarem quando querem e, fazerem o que querem, limitei-me também a ver adeptos a oscilarem nas suas opiniões. Casos como Rolando frente à Académica após a substituição, Álvaro Pereira em Braga e, outros menos “vistos” como o de Rodriguez, o empréstimo de Belluschi e a “birra” em não colocar Iturbe a jogar dão razão á minha ideia de virar as costas.

Um caso mais pessoal é que deixei de ver as conferências de imprensa antes dos jogos e até após. Para mim um treinador não pode tremer enfrente ao mundo social, não pode começar uma frase e de repente mudar o assunto da mesma, só demonstra que não estás preparado para tal. Cada um pensa por si, como é óbvio, esta é apenas a minha opinião, mas daqui a cinco (ou menos) anos só nos vamos lembrar que ganhámos mais um campeonato sem um verdadeiro líder. Não nos vamos lembrar de certos problemas, resultados e exibições oscilantes, ou opiniões diferente como nunca se viu.

Há certas épocas em que mais vale virar as costas e ganhar, pois o mais importante continua a ser o aumento dos títulos e, nunca se esqueçam que a seguir a uma época má inicia-se logo algo que nos vai marcar de novo!

Crónica enviada por Diogo Rodrigues para o Negócios do Futebol