Espantem-se, caros leitores, com o tema escolhido para este artigo. A arbitragem, pois claro. Um tema mais que usado e “batido” por todos os comentadores e jornalistas deste país, mas sempre na ordem do dia. Sempre que aparece, é sempre muito debatido.
Custa-me bastante, e não devo ser o único, ver um jogo de futebol em que o principal “alvo” das atenções, ou “tema de maior conversa”, chamem-lhe o que quiserem, é o árbitro. Estão 22 jogadores de futebol profissional, 2 equipas técnicas (uma de cada equipa) e até o público, e no entanto, a grande preocupação é mesmo a capacidade do juiz da partida para arbitrar tal jogo de futebol.
O tempo do espectáculo, das grandes jogadas, dos “mestres da táctica” e dos “special one” já cá não mora. Definitiva ou temporária, o que é facto é que assistimos nos dias de hoje a uma espécie de “stand-by” do futebol como “desporto”. Ainda há, de facto, quem contrarie esta tendência, mas de nada vale.
Há uns anos, não muitos, a arbitragem era não mais do que uma simples ajuda à boa organização e justiça nos jogos de futebol. Agora? Agora é o “alvo a atingir”, a desculpa para o inevitável (ou não), e a razão pela qual os tais programas desportivos deixaram de ter tanta importância e interesse por parte dos telespectadores.
Não aponto o dedo a nenhum clube em especial, aliás, seria de muito mau gosto na situação que nos encontramos hoje em dia apontar um clube em especial, mas acho ridículo o próprio treinador de uma equipa vir nas “flash-interviews” ou conferências de imprensa, dizer que a sua equipa perdeu por causa da equipa de arbitragem. Penalty, falta para cartão amarelo ou vermelho, ou até um fora-de-jogo do tamanho de um dedo da mão. Por amor da Santa, mas um jogo fica definido num ou noutro lance? Um jogo oficial tem 90 minutos de duração, o que possibilita desde logo tanto uma como outra equipa a criarem situações de golo suficientes para levar de vencida o seu adversário.
Os árbitros estão ser alvos a “abater”, de uma tremenda injustiça que é o nosso futebol. Até já se chegou ao ponto de se fazerem ameaças de morte e mesmo agredir fisicamente um árbitro de futebol em pleno centro comercial. Uma verdadeira vergonha, mas que retrata na perfeição o estado do nosso futebol. Interesseiro, corrupto, sem ponta por onde se lhe pegue.
A solução? A solução passa por apostar na competência, seriedade e profissionalismo. Preocupem-se os chamados “misters” em por a sua equipa a jogar um futebol digno, encorajado, eficaz, bonito, e incutir aos seus jogadores os seus direitos, mas também os seus deveres, e deixarem de mandar tantas “bocas” aos “homens do apito”.
0 comentários: