Sonho de Jesus morre na Terra Santa


O "sonho" de Jorge Jesus expresso no início da temporada em ganhar a Champions, caiu prematuramente por terra. O Benfica foi humilhado pelo Hapoel que se estreou a vencer na Liga dos Campeões, e logo por 3-0. Ao Hapoel pode atribuir-se-lhe uma grande eficácia na hora de finalizar. Ao Benfica exactamente o oposto. Este foi o jogo em que os encarnados mais cantos conquistaram, mais remataram e, também, mais golos sofreram, a par do Lyon, este ano na Liga Milionária.


O Benfica até nem entrou mal de todo, explorando as debilidades defensivas dos israelitas para rematar por duas vezes com perigo no primeiro quarto de hora. Mas quem surpreendeu mesmo foi o Hapoel que, numa fase em que o Benfica pensava certamente que iria ter o domínio do jogo, marcou por Zahavi, o homem do jogo. Um remate de cabeça do médio do Hapoel que ainda bateu na nuca de David Luiz deu a vantagem aos da casa. O Benfica procurou então esboçar uma reacção, mas foi precisamente com o primeiro golo do Hapoel que o jogo se começou a desmoronar, embora ainda de forma pouco notória. A verdade é que Kardec teve o golo nos pés e quis adornar o seu remate, Salvio fugia para o meio demasiadas vezes, assim como Gaitán, ou quando ia para a linha não produzia nada, Maxi Pereira raramente subia e que a equipa estava entregue a Aimar e a Fábio Coentrão. Contudo, percebia-se que os jogadores benfiquistas estavam confortáveis no encontro, pensando, mais cedo ou mais tarde, virar o resultado. 


No início da segunda metade, Jesus lançou Cardozo para fazer companhia a Kardec. Depois, retirou Salvio colocando Carlos Martins em campo. Ora o princípio do segundo tempo, foi precisamente um dos melhores períodos do Benfica, possivelmente empolgado com o efeito dos jogadores que estavam agora em campo. Aí houve alguma falta de sorte para os portugueses talvez (duas bolas retiradas em cima da linha de golo). Mas, a situações de pressão, o Hapoel respondia com golos. Douglas da Silva, central brasileiro com quem o Sporting no ano passado já havia medido forças quando este estava no Twente, após assistência de Zahavi, marcou o segundo golo dos caseiros - o segundo em toda a Liga dos Campeões (!) - Já perto do fim e com o resultado feito, Zahavi ainda quis dar mais uma facada. Novo golo e sinal para que, nas caras dos jogadores do Benfica e da equipa técnica predominasse a cor dos seus equipamentos.