Bentania!

Portugal vs Dinamarca (JOSE COELHO/LUSA)

Paulo Bento teve, de todo, uma estreia auspiciosa ao serviço da selecção portuguesa. O novo seleccionador conseguiu transmitir alegria aos jogadores que a colocaram em campo e deu confiança a elementos que estavam claramente afastados das contas da equipa das quinas, por norma, nos últimos meses, casos de Carlos Martins e Moutinho essencialmente. No Dragão e perante pouco público, também afastado por causa do mau tempo, Portugal derrotou a Dinamarca, que já começava a perder o respeito à equipa nacional com a recente série invicta contra a selecção nacional, por 3-1, Nani bisou e Cristiano Ronaldo - na sua procura incessante pelo golo - também facturou. 

Portugal apresentou-se em campo num 4x3x3 com Carlos Martins e Moutinho à frente de um mais posicional Raúl Meireles. E, mais à frente se verá, foi provavelmente aqui que Portugal ganhou o jogo. Desde cedo, a turma agora de Paulo Bento demonstrou que queria mandar no jogo e à posse de bola tipicamente latina - com passes curtos e jogo pelos flancos - Portugal acrescentava as oportunidades. Contudo, não seria em ataque continuado que iria o jogo ser resolvido. Antes devido a dois erros da Dinamarc francamente bem aproveitados por Nani para, em dois minutos, bisar no encontro, sendo que o segundo golo foi de belo efeito. Aos 42 minutos, Cristiano iria começar o seu duelo com o guardião que havia substituído Sorensen na baliza dinamarquesa, o novo "Schmeichel" ao que parece...e promete de facto. 

 

O segundo tempo trouxe e novo Portugal mandão para dentro das quatro linhas. Ronaldo travava um duelo interessantíssimo com o guarda-redes dinamarquês que este último parecia estar a levar a melhor, volta e meia, contando com a ajuda dos postes. Do banco, Paulo Bento retirou Hugo Almeida do jogo, em noite desinspirada mas, ainda assim, eficiente a receber as bolas altas para oferecer aos colegas, e daria a Hélder Postiga a oportunidade de marcar o regresso à selecção, retorno esse que o avançado do Sporting queria ter premiado com um golo, mas o remate saiu muito por alto, para desespero de Ronaldo que reclamava estar em melhor posição, todavia o jogador do Real Madrid não se podia queixar já que, por diversas vezes, apostou na iniciativa individual em detrimento do passe. 

A Dinamarca, de bola parada, a única ferramenta através da qual poderia mostrar algum perigo, ainda reduziu. Por momentos pairava sobre o relvado as memórias de um tal jogo de Alvalade...em que estávamos também a ganhar por 2-0, mas o auto-golo de Ricardo Carvalho não iria causar danos até porque, antes do fim, João Moutinho, com uma assombrosa exibição, serviu Ronaldo para este marcar o tão desejado golo a nível pessoal e colectivo. No final, vitória "sem espinhas" de Portugal, o primeiro objectivo está cumprido!