Humilhação na despedida à Europa

Arsenal põe F.C. Porto fora da Liga dos Campeões

O F. C. Porto sofreu uma derrota humilhante em Londres e confirmou o fim de um ciclo. Sem agressividade, a equipa azul e branca é uma sombra do que foi num passado recente e não teve hipóteses de lutar pelo apuramento, diante de um Arsenal muito forte.

Está rapidamente a ir por água abaixo a época de 2009/10 do F. C. Porto. O desfecho do jogo desta terça-feira em Londres confirmou o péssimo momento que atravessa a equipa de Jesualdo Ferreira, embora não se possa comparar o grau de dificuldade imposto por um adversário como o Arsenal com os anteriores. Como tantas vezes já acontecera em Inglaterra, mas desta vez com a justificação compreensível de não poder contar com Fernando, Jesualdo improvisou. O técnico proporcionou a Nuno André Coelho uma inesperada estreia na Champions, adaptando o central à posição de médio-defensivo, mas a terrível entrada dos dragões no jogo tornou impossível o sucesso da aposta.

Arsenal x F.C.Porto

O golo de vantagem que os portistas traziam da primeira mão durou apenas dez minutos a desaparecer. Nada de surpreendente, tendo em conta a facilidade com que o ataque dos "gunners" abriu buracos na apática defesa azul e branca... O dinamarquês Bendtner marcou dois golos fáceis em 25 minutos, mas muitos outros ficaram por marcar, valendo à equipa portuguesa uma série de boas defesas de Helton, que deixou a eliminatória em aberto até ao intervalo. O russo Arshavin, que não jogara no Dragão por lesão, fez o que quis de quem lhe apareceu pela frente durante toda a partida, mas chegou a impressionar a incapacidade defensiva de toda a equipa do F. C. Porto, cujos jogadores pura e simplesmente deixaram de saber pressionar os adversários nas últimas semanas...

Jesualdo Ferreira tentou alterar um cenário que já era muito negro ao intervalo, dando por concluída a aposta em Nuno André Coelho, e a entrada de Rodríguez teve efeitos positivos nos primeiros minutos da segunda parte, mas o pesadelo portista estava longe do fim. Por duas vezes, os dragões estiveram perto do golo que igualaria a eliminatória, num remate de Falcao que Almunia defendeu e numa bola cabeceada pelo uruguaio que o francês Nasri salvou em cima do risco, só que esses lances foram apenas um oásis num deserto de ideias ofensivas, desta vez com Hulk no relvado, mas longe da forma de outros tempos.

O terceiro golo do Arsenal, marcado de forma sensacional por Nasri, acabou com a tímida reacção portista e acabou, em definitivo, com as dúvidas, se é que chegaram a existir, sobre o nome do vencedor da eliminatória. Perdida no relvado do Emirates Stadium, a equipa de Jesualdo Ferreira acumulou mais uma série de erros até ao final da partida, permitindo que o resultado assumisse contornos humilhantes para um clube com o historial europeu do F. C. Porto.