O sonho transmontano de ter uma equipa na final do Jamor ainda vive. Sobreviveu no limite do sofrimento, num minuto louco, que começou numa baliza e terminou na outra: começou num golo mal anulado a Diego Ângelo e terminou no cabeceamento triunfante de Ricardo Rocha no último segundo da partida, passados quatro minutos do tempor regulamentar. O Desp. Chaves ultrapassou todas as dificuldades e com menos um jogador fez o resultado que deixou o Jamor a três horas de distância. Hora e meia foi cumprida, falta a segunda metade.
O D. Chaves entrou mal e provavelmente acusou o peso de um início de noite histórico: nunca tinha chegado tão perto da final da Taça de Portugal. A primeira parte foi quase toda da Naval. Camora por duas vezes ficou a milímetros de marcar, Bolívia e Fábio Júnior também ameaçaram, o Chaves foi aguentando como podia. A equipa de Tulipa apostava nas saídas rápidas para o ataque, quase sempre infrutíferas. Só num remate de Clemente ameaçou o golo.
Na segunda parte as coisas mudaram ligeiramente. O D. Chaves surgiu mais afoito, mais descomplexado, mais personalizado. Trocou a bola no meio-campo adversário e ficou perto do golo num remate de Bruno Magalhães que o colega Clemente impediu de se dirigir à baliza. A partir daí sentiu-se que a ambição flaviense ganhou asas. A equipa cresceu, o público animou-se, a Naval não deixou de procurar também ela o golo e o jogo ficou mais interessante. Até que um erro de Paulo Costa deitou quase tudo a perder: dois amarelos exagerados expulsaram Samson e empurrar o Chaves para trás.
A partir daí só deu Naval. Augusto Inácio soube mexer na equipa e manter a ambição e chegou ao golo num remate de Diego Ângelo mal anulado: o central não estava em fora-de-.jogo. O balde de água fria nos cerca de 2500 adeptos flavienses quando Ricardo Rocha fez de cabeça o golo da vitória. No último fôlego.
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