A liderança como D. Sebastião

Nacional-Benfica

Benfica e Nacional subiram ao relvado da Choupana para jogar um encontro que ficaria marcado pelo intenso nevoeiro que pairou sobre o terreno do Nacional da Madeira. O jogo esteve mesmo interrompido por duas vezes, o que prejudicou o ritmo da primeira parte e transformou esta partida de futebol num jogo de pavilhão, com dois descontos de tempo. Ainda assim, foi na primeira etapa que Cardozo viria a marcar o golo inaugural do encontro. O segundo tempo benfiquista acabou por justificar que a melhor equipa em campo levaria a vitória.

O Nacional surgiu com a sua formação mais rotinada, ao passo que o Benfica faria o mesmo, não fosse a lesão de Garay lançar Jardel no onze. A primeira oportunidade pertenceu ao Nacional, mas o remate de Mateus, cara-a-cara com Artur, esbarrou na segurança do guardião brasileiro. Pouco depois, aos 12 minutos, Artur Soares Dias entendeu que não havia condições para continuar com o jogo, o que ficou provado inclusive pelo pormenor de o setor defensivo do Nacional nem se ter apercebido de que o jogo tinha parado. Volvidos três minutos, estava de volta a ação. Quem terá aproveitado melhor o timeout foi o Benfica que, aos 22 minutos, fez o primeiro do encontro. Bola distribuída por um dos homens que se vai assumindo paulatinamente como uma das figuras de destaque deste campeonato, Axel Witsel, para Nico Gaitán. O argentino colocou a bola na área e, ou Filipe Lopes não viu Cardozo com o nevoeiro, improvável, ou o central da equipa madeirense cometeu um erro grave e deixou o "Tacuara" à vontade para atirar para o fundo das redes.

Nacional-Benfica

O Nacional não conseguiu reagir, apesar da oportunidade desperdiçada por Mário Rondon, soberana diga-se, e permitiu que o Benfica se espraiasse em campo como bem gosta. Aliás, a equipa de Jorge Jesus vai dando mostras de estar melhor do que há uns jogos atrás, no que à gestão do resultado diz respeito. Entretanto, já o jogo tinha parado novamente, desta feita por dez minutos. O Benfica dispôs de mais oportunidades para marcar, mas, ou o desacerto encarnado ou Elisson, que já provou ser um digno substituto de Bracali, adiaram o segundo golo. Antes do fim da primeira parte, o Nacional poderia ter empatado, mas Skolnik perdeu um lance em que caminhava isolado para a baliza de Artur, por falta de velocidade, cruzando para o coração da área que, no caso, era uma má opção.

A segunda parte fica marcada pela expulsão de João Aurélio, por duplo amarelo, aos 61 minutos, e que dificultou ainda mais a vida aos da casa. Aos 72 minutos, Luisão tem um cabeceamento apenas superado em qualidade pela defesa de Elisson, que ia mantendo as ténues esperanças insulares intactas. Até ao fim, o Benfica controlou sempre os acontecimentos e ampliou mesmo a vantagem. Bruno César, que entrara para o lugar do apagado Nolito, em contra-ataque, marcou o segundo golo em dois jogos consecutivos pelo Benfica. 478 dias depois, o Benfica está de volta ao primeiro lugar, ainda que à condição e partilhado com o Braga.