Postiga demole torres norueguesas pelas bases

Portugal vs Noruega (Paulo Cunha/LUSA)

Mais do que a exibição, a história do Portugal-Noruega quase que se podia resumir ao resultado. Vitória por uma bola a zero da equipa das "Quinas", números magros, condizentes com uma exibição mais pobre. Aliás, o desempenho português até pode nem ter sido mau de todo se compararmos aquilo que era o normal há um ano, mas, a uma equipa que vinha demonstrando a forma que demonstrava, pedia-se um pouco mais. É certo que em muito contribuiu a tal "melhor defesa à zona do mundo", como apelidou Egil Olsen.

De facto, a Noruega sempre apresentou uma grande entreajuda defensiva, anulando quase - e sublinhe-se bem o quase - na totalidade as investidas portuguesas. No onze de Portugal, nenhuma surpresa, com Paulo Bento a colocar Hélder Postiga e Bruno Alves para os lugares que habitualmente tinham sido ocupados por Hugo Almeida e Ricardo Carvalho, respectivamente. Os lusos começaram o jogo mais domadores do que domados. Posse de bola, boa circulação da mesma. Só que isso parecia não incomodar os nórdicos que juntavam muito as duas linhas defensivas, não permitindo que jogadores como João Moutinho, Martins, Nani ou Ronaldo se movimentassem nos espaços. No contra-ataque, os visitantes mostravam, de resto, serem mortíferos. De tal forma que, a primeira clara oportunidade de perigo surge com Bjorn Riise a isolar Huseklepp para este atirar cruzado. Valeu Eduardo, com uma defesa a fazer lembrar um passado recente. Portugal conquistava muitos cantos, mas o aproveitamento que deles tirava era praticamente nulo. A Noruega voltaria a criar perigo num remate perigosíssimo na grande área nacional. Depois, nada mais se veria em termos atacantes dos noruegueses.

Portugal vs Noruega (Paulo Cordeiro/LUSA)


Cristiano Ronaldo decidiu disparar contra a apatia que se vivia no estádio - talvez os adeptos estivessem já em reflexão para as eleições legislativas de 5 de Junho - e, num livre, obrigou Jarstein a grande defesa. Mas o mais irrequieto era Nani, o extremo fazia uso da sua grande técnica de drible e cruzamento para mexer com a equipa. Todavia, os restantes dez jogadores de campo ainda dormitavam, afinal não estavam assim tão "bem despertos".

O segundo tempo abrira sem novidades: Portugal a atacar, a Noruega a ver se levava um presente, perdão, um empate para casa. Mas, aos 52 minutos, Nani, da direita, inventou um centro a meia altura pelo meio dos noruegueses e Postiga, entendendo que por alto não conseguia ganhar nada, foi lá baixo, mais rápido do que Hangelland, meteu o pé e fez balançar a rede. Estava feito o único golo do encontro. Se se esperava que com o tento, a Noruega abrisse espaços, os forasteiros voltaram a mostrar ao que tinham vindo. Apenas se preocupavam em destruir jogo, mas agora o papel de Portugal já estava feito. O jogo atravessou uma fase mais agressiva, com demasiadas faltas. O perigo norueguês foi apenas e só um "penalty" que os vikings reclamaram, sem qualquer sentido de justiça.

Já Portugal tem razões de queixa, num penalty claríssimo sobre Nani. Nessa jogada, o árbitro turco decide inovar e criar lei da vantagem em faltas para grandes penalidades. Até final, nada mais a registar a não ser o grande passo que Portugal deu para se apurar com tranquilidade para o Euro 2012.