A Holanda continua sem deslumbrar. Parece, antes, apostada em actuar com um carácter muito mais em função do resultado do que do espectáculo. E poderão mesmo ter muito a ganhar, já que nos últimos anos a aposta pelo "futebol total" em detrimento dos resultados custou o anonimato desportivo. Os holandeses marcaram, de resto, num remate de Sneijder em que o guarda-redes japonês ficou muito mal - falando de forma simpática - na fotografia.
O toque de fantasia poderá chegar aos holandeses com a entrada de Robben em cena, não se perdendo a objectividade, entenda-se. A "Laranja Mecânica" - ainda enferrujada - entrou a dominar e não deixaria tal condição até final. Só que, como havia dito Mourinho no passado, uma coisa é dominar, outra é controlar. E os holandeses não controlaram, especialmente na segunda parte. Quanto ao primeiro tempo, o destaque vai para um remate de Van der Vaart, bem defendido por Kawashima.
Decorridos dez minutos de jogo na etapa complementar, Sneijder fazia, então, com um remate de fora da área, que contou com a colaboração muito generosa do guarda-redes japonês, o primeiro e único golo do encontro. O golo, contudo, em vez de acalmar os holandeses, despertou uma fúria nos nipónicos. Mas a fúria foi instantânea, já que em breve a Holanda conseguiria voltar a instalar-se no meio-campo asiático. Nos últimos vinte minutos o jogo ficou morno, com as equipas a agir com medo e cuidando a fadiga...até aos derradeiros minutos. A entrada de Afellay, nesse período, viria a dar velocidade aos europeus e perigo à baliza de Kawashima. E quando ninguém esperava mais lances de perigo, Okazaki apareceu na pequena área a disparar, mas por cima quando já todos esperavam o golo. A Holanda com este resultado tem quase os dois pés nos oitavos. O Japão tem de esperar pelo terceiro jogo para tentar a sua sorte.
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