Análise do sorteio da Liga Europa

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Realizado que está o sorteio da Liga Europa, aqui ficam as análises do Negócios do Futebol ao sorteio em Nyon.


Benfica vs Liverpool

O Benfica parece teimar em querer voltar aos tempos em que se impunha na Europa, tendo realizado, até à data, uma campanha muito segura e personalizada na Liga Europa. A equipa de Jorge Jesus tem, agora, um obstáculo ainda maior do que aquele do qual acabou de sair. O Liverpool é uma equipa altamente irregular, algo que perdeu um pouco com a chegada de Maxi Rodríguez à formação e com o crescendo de forma de Aquilani. Aliás, do meio-campo para a frente, haverá dificuldade em dizer qual das individualidades terá maior valor. O Benfica não poderá contar com muito jogo pelo centro do terreno, devendo apostar nas faixas laterais, especialmente no lado esquerdo - curiosamente o lado contrário àquele em que joga o principal desequilibrador do Benfica, Di Maria - onde mora Insúa, um lateral ainda pouco experimentado em futebol europeu. No centro da defesa, pouco há a dizer senão que Saviola poderá ser um acrescento importantíssimo a Cardozo, já que Agger, Carragher ou Kyrgiakos não deverão ter pernas para o baixinho argentino.

No sector mais ofensivo do Livepool moram dois senhores dos golos. Fernando Torres, que escusa apresentações devido à sua tremenda eficácia, e Dirk Kuyt, uma espécie de Saviola ou Liedson dos reds. Será um teste de fogo À coesão da dupla Luisão-David Luiz. Atendendo ao momento das duas equipas, é improvável apontar-se um favorito, sendo que o jogo deverá mesmo ser decidido em Anfield Road.


Valência vs Atlético

Único encontro entre equipas do mesmo país, o que garante, a presença de uma equipa espanhola nas meias-finais da competição. O Valência tem um palmarés francamente positivo contra equipas do seu país em eliminatórias europeias: nunca perdeu. Além do mais, a equipa che funciona muito melhor como colectivo, com Pablo Hernández, David Silva, Juan Mata e, claro está, David Villa a entenderem-se muito bem. Como o pêndulo da equipa pode não recuperar - Albelda - pode caber a Manuel Fernandes desempenhar esse papel. O Valência tem ainda uma defesa bastante sólida, com Mathieu e Miguel nas laterais e Marchena e Alexis no meio. Na baliza, o veterano César Sanchez acrescenta muita serenidade aos colegas.

O Atlético de Madrid é uma equipa que vive de altos e baixos, como nos habituou desde há alguns anos. A única diferença é que, nesta temporada, têm sido mais os baixos do que os altos. Tudo isto por uma simples razão: os colchoneros estão muito dependentes da dupla ofensiva Agüero-Forlán e, quando os dois não rendem, fica muito difícil à equipa de Tiago e Simão fazer golos. No entanto, quando este dueto se entende, pode ser capaz de aterrorizar a mais impenetrável das barreiras defensivas. Então se forem apoiados por um Reyes ou um Simão na sua forma habitual, a boa exibição pode ficar garantida.

Mas mais importante do que a forma como se apresentará o ataque do Atlético, importa saber como é que está a defesa. É que este é, definitivamente, o sector mais fraco da equipa da capital. Ujfalusi, habitual lateral-direito, é uma adaptação de central, com a idade a pesar, lento de processos portanto. Poderá jogar ainda Valera, mas então a capacidade defensiva do Atlético ainda se veria mais reduzida. Ao meio, Juanito, Perea ou Domínguez tendem a fazer as delícias...dos atacantes contrários. Pela esquerda lá vai jogando Pernía ou López, de forma discreta na maioria das vezes. Na baliza brilha um jovem que se estreou frente ao FC Porto, De Gea de seu nome, e que já tantos resultados salvou ao Atlético de Madrid.


Hamburgo vs Standard

Jogo aparentemente com um favorito, o Hamburgo. Os alemães têm uma estrutura habituada aàLiga Europa - ou Taça UEFA - com jogadores muito experimentados nas andanças europeias. O sector intermediário do Hamburgo é, efectivamente, muito forte e combina, muito bem, nas manobras defensivas, com o sector mais recuado, perfazendo um bloco muito sólido. No ataque, Van Nistelrooy é estrela maior, um acrescento muito importante à equipa e absolutamente necessário que lhe conferiu uma eficácia que se baseia num dos pontas-de-lança com mais faro pelo golo no mundo.

Mas do outro lado está um Standard Liège que, nesta época, já dificultou muito a vida ao Arsenal, por exemplo, na Champions League. A equipa de Lazlo Boloni tem em Jovanovic a sua maior estrela. O sérvio pode resolver jogos sozinho e isso parece ser algo importantíssimo para a dupla técnica que foi campeã no Sporting - Boloni/Rolão Preto - já que a nível colectivo, estes belgas são claramente inferiores.


Wolfsburgo vs Fulham

Curiosidade para voltar a ver em acção a maior surpresa da prova. O Fulham chega aos quartos-de-final depois de reverter um resultado de 3-1, registado em Turim, com uma vitória concludente por 4-1 em Craven Cottage. A equipa de Roy Hogdson é, possivelmente, o maior outsider, neste momento, da Liga Europa, mas nem por isso se parece intimidar. E se lhe disserem que, do outro lado, está o campeão alemão, o medo parece ser ainda menor. Os londrinos têm em Schwarzer um elemento importantíssimo na tranquilidade e estabilidade da equipa. A defesa é extremamente consistente, algo que volta a acontecer num meio-campo que mistura o trabalho de Danny Murphy e Dempsey com a criatividade de Damien Duff. No ataque, por esta altura, reina Bobby Zamora, um jovem mas prodigioso avançado inglês que parece fazer questão de deixar o seu nome bem marcado no futebol europeu.

Do outro lado estará então o Wolfsburgo, campeão alemão em título, equipa do ex-Nacional Diego Benaglio. Internamente, a campanha do Wolfsburgo está a ser uma "nódoa". Já a nível externo, as coisas estão apenas um pouco melhor. O Wolfsburgo venceu o bicampeão russo Rubin Kazan e chega aos quartos-de-final com o estatuto de "Equipa de Liga dos Campeões". Os destaques da equipa vão claramente para a dupla ofensiva constituída por Grafite e o poderoso Dzeko, que são apoiados num outro bósnio de elevada qualidade: Misimovic.