Olhar sobre o Sporting



Um sportinguista ama o Verde – Rumo de Vencer (VII)


Bem como tenho vindo a afirmar, estamos em crescendo, seis vitórias consecutivas, mesmo que com alguns erros que teimam em não desaparecer, mesmo com vitórias tangenciais, mesmo com os “Velhos dos Cativos” adeptos do bota abaixo por “dá cá aquela palha” a dizer isto não é consistente, etc. Tudo o que o leitor imaginará sobre derrotismo sportinguista (e isto não é ser Leão) não é suficiente para nos tirar esta alegria de rejuvenescida esperança na equipa de todos os Leões. É certo que o jogo de ontem poderia ter ficado mais expressivo com uma vitória por 4-1 do que 4-3, mas ganhamos, eliminamos uns aguerridos Mafrenses e estamos prontos para o próximo embate.


Quatro coisas a realçar nesta eliminatória da Taça de Portugal, não houve surpresas de tomba gigantes, o Vitória de Guimarães (pena minha) foi eliminado, não houve casos duvidosos com o Benfica e O F.C. Porto é “duro de roer” no desempate de grandes penalidades. Este “tie-break” entre Belenenses e F.C. Porto fez-me lembrar aqueles jogos de ténis da Taça Davis em que, precisamente, não havia “tie-break” para desempatar um jogo.

Liedson envolveu-se com Sá Pinto (foto ASF)

Fantástica a exibição do nosso Levezinho, quando se limita a jogar é extraordinário, 25 dias de paragem, salta do banco e arruma com um jogo que estava ser complicado de “descomplicar” e com uma equipa que, de algum modo, não se intimida com os grandes mas compreende que já há vários anos que não ganha em caso do Sporting. Estranho é que, na mesma época, o factor casa seja tão complicado de ultrapassar quando nos deslocamos à Choupana da pérola do Atlântico.

Não esqueçamos que, mesmo que o campeonato nos passe ao lado, o Sporting a par do F.C. Porto é a equipa que se encontra em maior número de competições e com diversas possibilidades de conquista de títulos esta época. Não tira de nos fugir o campeonato há vários anos, mas há que não cair em tentação de crítica gratuita e destrutiva. E esta última paragem de Natal e Ano Novo, só prejudicam o desporto e obrigam a um desnecessário recomeço de ano com muita mais intensidade. Será que a Taça de Portugal não se poderia ter jogado entre o Natal e o Ano Novo, potenciando a visita de famílias inteiras a estádios de futebol, praticando preços mais acessíveis nesses dias. Criar públicos novos é imperativo para a sobrevivência do futebol, enquanto desporto de massas. Com os anos que estão a prever-se talvez seja a hora dos clubes imaginarem outro tipo de receita que combata o cinema e a visita aos centros comerciais.

Adeptos (foto ASF)

Bom e para quem já viu dias mais negros, no final da 1ª jornada da segunda volta da Liga Portuguesa, estamos num honroso 4 lugar a 6 pontos do F.C.Porto (que se passa Sr. Jesualdo? Está a fazer psicologia invertida para defrontar o Arsenal? Quer fazer-se passar por coitadinho e dar a “ferroada” ao Mr. Wenger?) e a 12 dos mais directos candidatos a campeões (Embora aposte mais nos minhotos). Gostava só de assinalar que há muito pontos em jogo daqui até final do campeonato e esta época já ganhámos ao Braga, o Benfica tem muito boas exibições e goleadas com adversários que nem na IIB se safavam e o Porto atravessa um momento, diria eu, esquisito.

Desde a última crónica sinto que o Sporting pode ajudar-nos a esquecer aquilo que ele próprio criou em termos desportivos e espero que também aquilo que se entretém a criar capas de jornais com cenas de pugilato que rapidamente saem do balneário e só pode ser porque o balneário não quer bem ao Sporting. Sei que o Ricardo Sá Pinto é um impulsivo Sportinguista mas nada justifica a sua segunda atitude deste tipo quando exerce cargos sujeitos a escrutínio público. Espero que se confirme a sua saída e com pena minha, se faça a devida averiguação e processo disciplinar aos trabalhadores do clube envolvidos. Nada justifica a atitude dos envolvidos e as penas não podem fazer com que todos os “pugilistas” fiquem indiferentes ao acto que praticaram. Mas independentemente de tudo o resto, sinto que no F.C.P. já ocorreram cenas idênticas mas não se sabe uma palavra delas, porque será? E já agora, estas capas de jornais sobre um acto gratuito de violência fora de um recinto de jogo contribui, de que maneira, para melhorar o desporto em causa? Sem invocar qualquer apelo a auto-censura mas peço aos senhores jornalistas e chefes de redacção que orientem as suas parangonas para o desporto e menos para os faits d’hiver que só mancham ainda mais a imagem do futebol.

Texto de José Manuel Cardoso para o Negócios do Futebol