O apelido era desconhecido, mas uma inconfidência das pessoas pertencentes ao registo civil permitiu-nos aceder a mais um dos muitos apelidos que Villas-Boas tem, dada a sua ascendência aristocrata. O treinador portista conseguiu juntar, então, mais um nome - que esperemos que não seja de família - à sua colecção de apelidos. O trabalho de investigação realizado culminou na segunda-feira, com a prova final: a especialidade de Villas-Boas para os mind games.
É certo que, até então, Mourinho era "doutor" nesta área, mas com o EX-treinador portista, esta vertente ganhou uma outra dimensão. Villas-Boas realizou mind games com os adeptos da própria equipa. Senão veja-se, aproximou a equipa dos adeptos, numa altura em que as coisas até iam tremendo um pouco, dizendo aos adeptos que estava na sua "cadeira de sonho". "Maravilha, a pôr a equipa a jogar assim e portista, fica mesmo cá muitos anos", pensavam todos os dragões e dragõezinhos. E afinal...tudo se esfumou em coisa de dias, ou talvez já fosse de meses. Afinal Villas-Boas devia estar a falar de 53 mil cadeiras de sonho que queria ver ocupadas todas as semanas para que a equipa não se sentisse desapoiada. Havia que criar algum laço forte.
Mind Game puro. Aliás, tenho pena das comparações entre Mourinho e Villas-Boas no que toca a saída do FC Porto. O "Special One", recuemos algum tempo na nossa às vezes tão curta memória, teve várias sondagens de "tubarões" da Europa quando venceu a Taça UEFA - Chelsea inclusive, se a minha também curta memória não me falha, ironia do destino -, mas entendeu que, não sendo portista, ou não se assumindo como tal, deveria ficar mais um ano, dado que o Porto ainda lhe poderia dar algo e ele algo ao Porto.
O que nos leva para uma temática tão lírica, mas, neste caso , não menos objectiva. Valerá mais uma paixão fugaz ou um amor mais duradouro? Vamos pôr os pratos na balança. AVB deixa o Porto quando a equipa praticava um futebol vistoso, com quatro troféus e intervenções empolgantes com "juras" de amor eterno (Como dizem os verdadeiros sábios, "quem mais jura...", pois é). Mourinho deixou um discurso realista, ambicioso como o do "Astérix" Villas-Boas, e 7 títulos, a que se juntam duas presenças na Supertaça Europeia.
Quando me perguntam se prefiro uma paixão fugaz, com tudo o que de excitante ela tem, ou um amor duradouro, eu respondo com a maior das certezas: um amor duradouro.
1 comentários:
Foi muito baixo tudo o que se passou. Este senhor, que nem merece que seja pronunciado o nome dele, demonstrou uma falta de escrúpulos surreal nas últimas semanas. Não é o desejo de sair concretizado, isso é necessário aceitar em algo como o futebol. Mas a pergunta inevitável é realmente, porquê? Porquê enganar os adeptos ao longo de toda a temporada? Para quê fazer juras de amor eterno se na primeira oportunidade que surge sai da tal "cadeira de sonho" da qual "não abdica por nada deste mundo" ?
Esta pessoa não é nenhum adepto, não é portista, e quem disser o contrário simplesmente não percebe nada do assunto. Da minha parte desejo que fracasse redondamente no estrangeiro, e que sozinho se arrependa de ter sido apenas mais um que foi atrás do dinheiro.
Não é mais bem-vindo nesta casa.