José Maria Del Nido tem de motivar a sua equipa de qualquer forma, compreende-se. O que não se compreende é que o presidente que nos últimos teve dois anos de boa loucura e dois anos de má loucura nos últimos quatro à frente do Sevilha. O resultado são duas Taças UEFA, uma Supertaça Europeia e, posteriormente, más posições na tabela e falso grandiosismo que esconde, com véus transparentes, a desorganização do Sevilha.
Tudo começa na última temporada. Antonio Alvarez, treinador na altura dos andaluzes, estava por um fio...e por um fio ficou. Preparou a época como quis, fez dois jogos a valer mesmo e...saiu. É certo que o jogo - contra o Braga - deixou o Sevilha fora das competições europeias, mas também quem prepara uma temporada a pensar que o futebol joga-se do meio-campo para a frente deve ter chegado à pouco das "escolinhas". Mas Del Nido não hesitou: despediu Alvarez e lá satisfez a vontade do povo. Contratou então Manzano que, sendo um bom treinador, não pratica nem de perto nem de longe o futebol que do qual o Sevilha é tradicionalmente discípulo. Mas a crítica não é ao ex-Maiorca, mais ele não podia fazer.
Sem surpresa (para todos excepto talvez para Del Nido), a sua "grande" equipa estava a meio da tabela à mesma velocidade com que, jogo após jogo, fartava-se de sofrer golos. Por esta altura, o presidente do clube espanhol já ia entendendo que uma época começa na lateral direita e só acaba no roupeiro. O senhor, que tem uma grande paixão por chapéus e por sistemas tácticos do tipo 0x0x10, apercebeu-se, inteligentemente, que teria de ir ao mercado de Inverno. Contudo, afiançou-se que a chegada de um jogador carismático para o centro da defesa bastaria. Esqueceu-se é que Sergio Sánchez, cuja qualidade é mais que reconhecida, estava há um ano sem jogar.
Para tapar um pouco mais as debilidades da equipa, que por esta altura era a terceira pior defesa do campeonato, contratou Medel e Rakitic, dois médios trabalhadores de grande emepnho nos seus trabalhos, mas de novo se esqueceu que, por exemplo, o seu lateral direito não é consistente, ou que o melhor central da equipa é um "regressado" após um ano - isto já confirmado poucas semanas depois do seu regresso. Grave, de facto.
Aquando do jogo com o Porto, o Sevilha mostrou que tem poderio ofensivo, nenhuma novidade conforme já foi batalhado - sim, esta é uma boa palavra numa crónica sobre esta equipa e o seu presidente - neste texto. Contudo, mostrou também que a sua defesa é tão impermeável quanto os outros querem que seja. Resultado? Contra o Porto tinham pela frente uma equipa que demonstrou essencialmente inteligência a atacar, mostrando até ao adversário que mais que atacar muito há que atacar bem.
Depois disto tudo, Señor Del Nido, se houver uma remota possibilidade de ler esta crónica, pense duas vezes antes de se sair com expressões loucas do género..."Somos superiores ao Porto", pode correr mal.
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