Ainda o jogo de apresentação

Caros amigos,

Após uma breve discussão sobre o jogo de apresentação da equipa leonina, venho aqui deixar a minha opinião sobre um dos golos sofridos pelo Sporting.

Antes de mais nada, existem dois tipos de treinadores de bancada: os que olham para o jogo e veem faltas sobre faltas, exigem disciplina, jogo rápido e por vezes demasiado técnico e se a equipa está a perder há sempre alguém que tem culpa. Se a equipa estiver a ganhar, há sempre defeitos na equipa para alguns. São capazes de não aceitar o trabalho dos jogadores em campo com facilidade. Já o que lê o jogo vê a organização da equipa, a estratégia, vê o adversário e muitas coisas que não estão aos olhos de todos pois exigem conhecimento e atribuem culpas ao trabalho da equipa, porque. Uma situação de 1x1 não é so um contra o outro. A bola pode muito bem percorrer 2 metros em dois segundos e variar de infindáveis situações para além das 1x1, além da "tática" nessas situações.

Falo do primeiro golo:



Minuto 1 e 41 segundos

Como já ouvi diversas opiniões, a mais usual é: a culpa é do guarda-redes porque a área pequena é dele.
De quem? Do Patrício?

Atribuo as culpas ao rapaz por último. 




O que eu vi no lance do golo:


Lançamento, a bola não toca em ninguém, o jogador cabeceia, é golo e a equipa da casa está a perder. 



Depois de rever o lance, o que tenho a dizer:


Lançamento em que a trajetória da bola é praticamente paralela à linha de fundo: podendo definir como um cruzamento, cruzamentos da linha de fundo ou perto dela são mais difíceis de intercetar pelos jogadores, porque a atenção destes dever ser dividida entre jogador adversário e trajetória da bola. Só por isso já houve uma falha no defesa leonino em frente ao guarda-redes.

A bola não toca em ninguém Pois não toca, mas o defesa da casa bem tenta chegar a ela. No momento da impulsão do salto o jogador da casa têm um braço do adversário no seu braço, que dá ideia de ser impedido de saltar. E o salto não foi grande coisa. Duvido que este lance fosse regular. Acontece que de qualquer forma não conseguiu saltar bem e que não impediu a bola de continuar o trajeto. E até não ia muito alta.

O adversário cabeceia. Se repararem, entre este avançado e o guarda-redes, está um jogador. Estão os três em linha. Esse jogador está de costas para o avançado e o guarda-redes nem o vê porque têm a visão tapada ou semi-tapada e ainda está com a atenção na bola. Quando se faz à bola, nota-se bem que não estava à espera da antecipação do avançado, até que tentou agarrar a bola mais a frente. O avançado veio lançado de trás e antecipou-se muito bem. Quem não se antecipou foi o defesa. Percebeu que não estava sozinho, ao mesmo tempo que percebeu que a bola não tinha sido cortada. Meio segundo e duas análises do jogador foi suficiente para falhar. Acredito que se a sua análise e reação fosse mais rápida na situação em que a bola não foi cortada, antecipava-se ao avançado de certeza.

Resumindo: 


O Patrício vê a bola passar por um porque alguma razão não saltou bem, não vê um jogador que vinha nas costas do defesa, o defesa de frente para a baliza demorou muito tempo a reagir, o adversário ainda se antecipa vindo das costas do defesa centrado na bola e o guarda-redes ainda têm de estar concentrado e com visão e leitura para quatro homens, além de estar com voz de comando para dois deles. 


E agora eu pergunto: 

A culpa é do guarda-redes apenas porque a área mais pequena é dele? A culpa é só dele após isto tudo? 


Meus amigos, não me façam delirar, por amor de deus.