Apenas os mais "ferrenhos" adeptos portistas poderiam acreditar numa reviravolta na eliminatória contra o Benfica depois da derrota imposta pelos encarnados no Estádio do Dragão. O problema parece, para a turma de Jorge Jesus, ser o facto de André Villas-Boas ser um adepto ferrenho do Porto. Três golos azuis-e-brancos, contra um das águias e "remontada" na eliminatória. Os encarnados voltam a claudicar num momento essencial da época, naquele que foi descrito por Jorge Jesus como "o jogo da época".
Villas-Boas lançou um onze próximo do melhor da temporada, mas o principal destaque foi a entrada de Cristián Rodríguez para o lugar de Varela. Já Jesus apostou em Jara e César Peixoto, como se esperava, e voltou a confiar em Carlos Martins para fazer o lugar habitualmente ocupado por Aimar. Ao contrário do que seria espectável, o Porto entrou em campo seguindo uma estratégia de transições rápidas, com defesa alta. Os portistas, a precisar de revirar a eliminatória, apostavam na velocidade do "Cebola" e de Hulk para criar perigo, mas, no primeiro tempo, a maioria das iniciativas, ou esbarrou no desacerto dos dois, ou no bom trabalho dos laterais encarnados. Ainda assim, quem começou a criar perigo foi o Benfica, que tinha claramente mais posse de bola e jogava de forma mais pausada, ciente de que tinha a eliminatória na mão, quando Javi García cabeceou com perigo, ao lado da baliza de Beto.
Contudo, a organização defensiva do Porto, impedia a equipa benfiquista de chegar muitas vezes para lá do meio-campo defensivo portista. Numa dessas vezes, Cardozo, servido por Martins, não acertou bem na bola e, na cara de Beto, atirou ao lado. Quando o Porto conseguiu soltar mais o contra-ataque, veio o perigo. Falcao haveria de falhar um golo cantado, imperiosamente negado por Júlio César que ia demonstrado uma enorme segurança na defesa das redes encarnadas.
O nulo ao intervalo não retirou crença aos portuenses e, com James a fazer as vezes de número dez - o colombiano vai reclamando com as exibições que faz que é extremamente dotado para aquela posição -, o Porto deu a volta ao texto. Primeiro João Moutinho, depois Hulk, em possível posição de fora-de-jogo, e finalmente Falcao. Tudo isto em apenas dez minutos. Dez minutos que destruíram o sonho de um dos mais importantes troféus que os encarnados conseguiria conquistar este ano, até porque o melhor que os da casa conseguiram fazer foi reduzir de penalty por intermédio de Cardozo. Ao Benfica resta agora a Liga Europa e a Taça da Liga. Ao Porto "acrescenta-se" agora a Taça de Portugal.
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