Fogo do Dragão incendiou a Luz

André Villas Boas treinador do FC Porto festeja na Luz (JOSÉ SENA GOULÃO/LUSA)

Apenas os mais "ferrenhos" adeptos portistas poderiam acreditar numa reviravolta na eliminatória contra o Benfica depois da derrota imposta pelos encarnados no Estádio do Dragão. O problema parece, para a turma de Jorge Jesus, ser o facto de André Villas-Boas ser um adepto ferrenho do Porto. Três golos azuis-e-brancos, contra um das águias e "remontada" na eliminatória. Os encarnados voltam a claudicar num momento essencial da época, naquele que foi descrito por Jorge Jesus como "o jogo da época".

Villas-Boas lançou um onze próximo do melhor da temporada, mas o principal destaque foi a entrada de Cristián Rodríguez para o lugar de Varela. Já Jesus apostou em Jara e César Peixoto, como se esperava, e voltou a confiar em Carlos Martins para fazer o lugar habitualmente ocupado por Aimar. Ao contrário do que seria espectável, o Porto entrou em campo seguindo uma estratégia de transições rápidas, com defesa alta. Os portistas, a precisar de revirar a eliminatória, apostavam na velocidade do "Cebola" e de Hulk para criar perigo, mas, no primeiro tempo, a maioria das iniciativas, ou esbarrou no desacerto dos dois, ou no bom trabalho dos laterais encarnados. Ainda assim, quem começou a criar perigo foi o Benfica, que tinha claramente mais posse de bola e jogava de forma mais pausada, ciente de que tinha a eliminatória na mão, quando Javi García cabeceou com perigo, ao lado da baliza de Beto.

Reacções do Benfica na Luz (JOSÉ SENA GOULAO/LUSA)


Contudo, a organização defensiva do Porto, impedia a equipa benfiquista de chegar muitas vezes para lá do meio-campo defensivo portista. Numa dessas vezes, Cardozo, servido por Martins, não acertou bem na bola e, na cara de Beto, atirou ao lado. Quando o Porto conseguiu soltar mais o contra-ataque, veio o perigo. Falcao haveria de falhar um golo cantado, imperiosamente negado por Júlio César que ia demonstrado uma enorme segurança na defesa das redes encarnadas.

Jogadores do FC Porto festejam na Luz (ANTÓNIO COTRUM/LUSA)

O nulo ao intervalo não retirou crença aos portuenses e, com James a fazer as vezes de número dez - o colombiano vai reclamando com as exibições que faz que é extremamente dotado para aquela posição -, o Porto deu a volta ao texto. Primeiro João Moutinho, depois Hulk, em possível posição de fora-de-jogo, e finalmente Falcao. Tudo isto em apenas dez minutos. Dez minutos que destruíram o sonho de um dos mais importantes troféus que os encarnados conseguiria conquistar este ano, até porque o melhor que os da casa conseguiram fazer foi reduzir de penalty por intermédio de Cardozo. Ao Benfica resta agora a Liga Europa e a Taça da Liga. Ao Porto "acrescenta-se" agora a Taça de Portugal.