Aí está a resposta de José Mourinho aos críticos quando lhe chama "treinador de títulos". Aliás, tão pouco "El Especial" considera isso uma crítica, antes um elogio. Na verdade, o português põe-se mesmo a jeito para que lhe chamem isso. De novo, o treinador dos blancos resignou-se inteligentemente à ideia de que o Barcelona é mais forte que o Real Madrid em muitos aspectos do jogo, mas provou que isso não impede uma vitória do "seu" Madrid. Com um golo de Cristiano Ronaldo, Mourinho acrescentou o décimo sétimo título da carreira, dezoito anos depois da última vitória dos "merengues" na Taça do Rei.
O meio-campo do Real indicava logo à partida o que ia ser o jogo da turma de Mourinho: defender com onze, como o português disse na antevisão do encontro, e contra-ataque. Para isso voltou a apostar num meio campo Khedira, Xabi Alonso e Pepe. No Barcelona, Guardiola mantinha-se fiel aos seus princípios de jogo e apostou em Adriano no lugar de lateral esquerdo, além de ter de adaptar Mascherano a central ao lado de Puyol. O primeiro tempo foi todo ele controlado pelo Real Madrid, quer a cortar iniciativas do Barça, quer a construir jogo. Ora, provando essa tendência, Pepe apareceu em zona de finalização a cabecear ao poste direito da baliza de Pinto - guarda-redes dos blaugrana na Taça do Rei.
Na segunda parte, Casillas mostrou o porquê de ser o melhor guarda-redes do mundo actualmente e defendeu as redes do Real como se de Ouro se fossem. Todo o tipo de remates, de qualquer jogador do sector ofensivo catalão, Casillas respondeu com grande brilhantismo. O domínio do Barcelona no segundo tempo foi de tal forma intenso que do Real Madrid só se deu conta aos 90 minutos quando Di María rematou para grande defesa de Pinto.
O prolongamento foi equilibrado, mas aí sobressaiu o talento de Ronaldo que saltou bem lá para cima e desferiu um cabeceamento vencedor, que deu a Taça ao Real. Até final, os blancos fechar-se-iam na defesa e partiriam rapidamente para o contra-ataque, onde até poderiam ter morto o jogo. Não aconteceu e houve ainda tempo para a expulsão de Di María, que não iria abalar o leito vitorioso do Real. Mourinho demonstrou ser, de facto, o treinador mais inteligente do mundo, especialmente em jogos deste cariz.
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