Dragão adopta Porto Canal


Em vez de uma Benfica TV azul e branca, um canal generalista inspirado pelo dragão foi a decisão tomada pelo FC Porto para o alargamento da sua plataforma comunicacional, num gesto que Pinto da Costa considera ainda um contributo para "reanimar este Norte, que está moribundo por vontade dos sulistas" (ler declarações à parte). O contrato foi assinado na última quarta-feira, entre os dragões e a proprietária espanhola MEDIApro, prevendo a possibilidade de envolvimento na gestão do Porto Canal ou mesmo, numa etapa futura, a participação no capital da estação televisiva. Pelo menos até essa altura, o negócio não implicará um grande esforço financeiro para os portistas.

Num comunicado pouco revelador, o FC Porto estabelece como objectivos do projecto reforçar a expressão pública e promover a marca e promete mais novidades "aquando da fase de concretização das intenções acordadas", o que deverá suceder, sabemos, durante o defeso da época desportiva. Do outro lado da mesa, o Porto Canal congratula-se com a possibilidade de "assumir uma dimensão reforçada no panorama televisivo português". Em conversa com O JOGO, mas muito circunscrita, o director-geral Juan Figueroa limitou-se a elogiar a dimensão do FC Porto, cujo interesse entende como confirmação do "bom trabalho desenvolvido" desde 29 de Setembro de 2006, dia em que se iniciaram as emissões.

Presente nas grelhas digitais da ZON, Clix e MEO, o Porto Canal tem, naturalmente, um âmbito regional, muito centrado nos concelhos do Grande Porto e sustentado pelas autarquias, empresas e universidades locais, em particular a pública. Esse enraizamento acabou por encaixar bem nos estudos que os dragões fizeram a respeito da criação de um canal televisivo próprio, hipótese essa que a análise aos dados recolhidos desaconselhou, por concluir que uma versão azul e branca da Benfica TV não ajudaria à implementação do conceito pretendido, ao contrário de um canal genérico, de programação tradicional e alma azul e branca. Outra característica essencial, e que será mais verosímil numa empreitada assim, é o pressuposto de que não haja custos para o FC Porto. Se for o clube a gerir a estação, as despesas terão de ser cobertas pelas receitas. O negócio, de resto, não implicará dispêndios, pelo menos nas etapas iniciais. Passará a implicar quando, e se, a entrada no capital for concretizada. in OJOGO