Entrevista a Bruno de Carvalho


O Negócios do Futebol teve a oportunidade de entrevistar um dos candidatos à presidência do Sporting, o empresário Bruno de Carvalho. Homem ligado ao hóquei em patins do emblema leonino, preside actualmente à fundação Aragão Pinto, e é, até agora a par de Dias Ferreira e Zeferino Boal, candidato à vaga deixada por José Eduardo Bettencourt.

Em conversa com o Negócios do Futebol, o candidato à presidência do Sporting, Bruno de Carvalho falou de alguns aspectos que assolam a actualidade leonina, mas também dos objectivos a que se propõe, enquanto candidato ao lugar mais alto da hierarquia leonina. Para o empresário de 39 anos não existem ilusões. Esta época é para «lutar até ao fim pela Liga Europa, Taça da Liga e assegurar pelo menos o 3º lugar» já que os 23 pontos de distância para o líder são quase impossíveis de ultrapassar.

Confiante num bom resultado nas eleições de 26 de Março, o presidente da Fundação Aragão Pinto não deixou de destacar a importância que será dada à Academia leonina, caso seja eleito Presidente do Clube de Alvalade. O jovem empresário quer voltar a apostar nos jovens, sendo que para tal assumirá a Academia de Alcochete como «a base do Sporting» no futuro, tal como já havia sido num passado recente, embora os seus valores não tenham sido, segundo algumas vozes críticas, devidamente aproveitados. Ainda assim, mantém o objectivo de construir uma equipa que, a partir do próximo ano, seja «capaz de lutar pelo titulo nacional».



Bruno de Carvalho considerou a venda de Liedson uma decisão imponderada, na medida em que «a sua saída sem ter assegurado antes um substituto foi ruinosa a nível desportivo», não obstante o facto de ter rendido algum dinheiro aos cofres verde-e-brancos. Quanto à possibilidade de substituir Paulo Sérgio no comando dos leões, o empresário manteve uma atitude cautelosa, ao afirmar que esse seria um processo para tratar com ponderação, «com o respeito que as pessoas e os sportinguistas merecem».

Conhecidas as divergências que no mandato de Bettencourt foram assumidas entre a direcção e algumas claques do clube, o candidato promete o máximo de cooperação, «respeito mútuo e agradecimento pelo que cada um apoiantes faz pelo Sporting Clube de Portugal», reconhecendo valor ao serviço prestado por estes grupos de adeptos, dos quais, aliás, foi sócio. A abertura da direcção à "voz dos adeptos" será por isso um objectivo de Bruno de Carvalho para o futuro verde-e-branco.

Apologista da organização hierárquica bem definida, pretende que o Sporting siga essa mesma base e abandone alguns comportamentos incoerentes como a contratação de Couceiro, quando na equipa técnica já existia Costinha. Para o empresário, a ausência de «um rumo definido» levará a problemas na «base hierárquica do clube e tal levará ao abalo da estrutura sportinguista».

Porém, a origem do problema vem de tempos mais remotos, anteriores ao período de chefia de Bettencourt. O candidato à presidência do Sporting considera que o problema do clube está, fundamentalmente, no «afastamento do clube dos seu sócios e adeptos» e um falhanço em atingir «um caminho sustentado e adequado para o seu negócio principal: o futebol».