Bem ficam os três pontos na Luz

Benfica-V. Guimarães

O Benfica deu um recital de futebol neste final de tarde. Na recepção ao Vitória de Guimarães, Jorge Jesus tinha prometido primeiro os três pontos e depois o espectáculo, mas a verdade é que deu a ideia que até foi o "show" que veio primeiro. No total foram três os golos que entraram na baliza dos minhotos, mas poderiam ter sido muito mais, não fossem os ferros, Nilson e João Ferreira - árbitro do encontro.

Jorge Jesus não deu descanso a nenhum dos jogadores que estava em risco de falhar o clássico - e todos eles lá estarão pois nenhum viu o cartão amarelo - e lançou o "seu" onze. Do outro lado, Manuel Machado não optou pelo 3x5x2 que vinha sendo noticiado como possível escolha do treinador do Guimarães para abordar o jogo. Até à meia hora, na Luz alugou-se o meio-campo ofensivo do Guimarães de tal forma que, nesta altura, a posse de bola dos encarnados era de 79% (!). As combinações entre os elementos mais avançados do Benfica, a alta pressão da turma de Jorge Jesus e o apoio dos laterais ia esmigalhando o que é, por norma, o ganha pão do Vitória: a solidez.

Benfica-V. Guimarães

Saviola, Luisão, Gaitán, Aimar, Maxi, todos eles poderiam ter marcado, mas, às vezes de forma inexplicável, o golo - já merecido - não chegava...pelo menos de bola corrida. Isto porque na sequência de um canto, Sidnei imitou o "papá" Luisão na convicção a atacar estes lances e fez o primeiro - de resto o marcador dedicou o golo ao internacional brasileiro. Depois da meia hora, o Guimarães respirou um pouco e até conseguiu o seu primeiro canto.

No segundo tempo, Manuel Machado foi à luta, não se intimidando ao ponto de não arriscar. Colocou Targino, por exemplo. A verdade é que a equipa cresceu, também porque o Benfica não conseguiu aguentar aquele ritmo fantástico - e quem conseguiria?. Ainda assim, mais dois golos chegariam. Logo no princípio da segunda parte, Pablo Aimar, após um domínio de bola delicioso, bateu Nilson. Mais uma razão para o Benfica baixar o ritmo. O Guimarães teve mais bola mas só jogou aquilo que o Benfica deixou. De resto, os encarnados até poderiam ter ampliado a vantagem mas a falta de pontaria de Cardozo na cobrança de um penalty, que deixou algumas dúvidas, e o erro de João Ferreira ao invalidar - mal - um golo, impediram esse desfecho que seria inevitável. Antes, porém, o Guimarães poderia ter marcado, mas Roberto defendeu exemplarmente. O golo chegaria então e que golo! Carlos Martins - entretanto no campo - desencantou um chapéu à entrada da grande área quando talvez muita gente não pensaria ser esse o desfecho. O jogo terminaria depois, com grande nota artística como desafiara Jorge Jesus.