FIFA não reconhece o novo presidente da Federação sem estatutos


As eleições para a Federação Portuguesa de Futebol (FPF), agendadas para 5 de Fevereiro, estão condenadas ao fracasso. Mesmo que se realizem - é pouco provável porque o tribunal arbitral deverá anular o acto na próxima semana -, o presidente eleito não será reconhecido pela FIFA.

O organismo que tutela o futebol mundial reafirmou a imperiosa necessidade da FPF aprovar, em Assembleia Geral, os estatutos de acordo com a legislação e com as normas da FIFA. E avisa que se tal não acontecer o acto eleitoral corre o risco de não "ser reconhecido" e a "FPF incorre em sanções" que podem levar à suspensão da selecção e dos clubes de todas as competições internacionais. Além da adequação dos estatutos, a FIFA exige também que as eleições decorram de acordo com as novas normas. Tal significa que se, na AG do dia 29, a proposta estatutária obtiver os 75% de votos a favor, é de todo impossível que as eleições do dia 5 decorram à luz do aprovado. No mínimo serão necessários uns quatro meses para os sócios da FPF se adaptarem à nova realidade.

"Aconselhamos mesmo que primeiro se realize uma assembleia geral para adoptar os estatutos às normas da FIFA (...) e em segundo lugar realizar eleições de acordo com este conjunto de estatutos. (...) Ficam informados que, no caso de a FPF não cumprir com o acima escrito, vamos referir este assunto à Comissão de Associações da FIFA para mais deliberações, em particular o não reconhecimento do processo eleitoral bem como a possibilidade de futuras sanções contra a FPF", lê-se na carta que o organismo máximo do futebol mundial enviou para a federação, ao cuidado do secretário-geral Ângelo Brou.

Aliás, este dirigente federativo, no dia 5 de Dezembro, explicou toda a situação à FIFA. Em 15 pontos deu a conhecer todos os passos, desde a aprovação do regime jurídico, à oposição das associações, até à decisão do presi- dente da AG, Avelino Ribeiro, que não aceitou adiar as eleições. Ângelo Brou disse mesmo à FIFA que Gilberto Madaíl não se recandidatou devido esta situação.