Porto vence mas esteve longe de convencer


O FC Porto viajou até à Figueira da Foz para defrontar uma Naval renovada com a chegada de Victor Zvunka à equipa. E a verdade é que o técnico francês montou bem a equipa, de forma a que só na segunda parte, depois de efectuadas as correcções necessárias, é que André Villas-Boas conseguiu que os "dragões" produzissem algum jogo. Os portistas só conseguiram, de resto, chegar à vantagem pela marcação de uma grande penalidade - convertida por Hulk - por mão de Jonathas.

Parece claro que a equipa de Villas-Boas tem sérios problemas para se auto-motivar em jogos que - teoricamente - menos exigem. Mas apenas em termos teóricos. Aquilo que hoje se assistiu demonstrou precisamente que a teoria vale o que vale. A Naval superiorizou-se ao FC Porto em todos os aspectos nos primeiros trinta minutos de jogo, tapando por completo as acções de Varela e Hulk e obrigando os dragões a jogar longo, evitando que a bola passasse pelos pés de Moutinho e Belluschi e assim as acções dos azuis-e-brancos ganhassem outro discernimento. Contudo, era por demais evidente que a Naval iria pagar caro a alta pressão que incessantemente exerceu sobre o portador da bola, já que os níveis físicos não são ainda os desejados. E essa quebra deu-se precisamente à passagem da meia hora.

Naval vs Porto

O Porto cresceu - ainda que de forma tímida - e, paulatinamente, foi-se instalando no meio-campo adversário, com Belluschi a aparecer a servir Hulk e um desinspirado Varela. Contudo, era apenas de bola parada que os visitantes criavam mais perigo. O intervalo chegava e a sensação que pairava era que o Porto tinha tudo menos o jogo controlado.

No segundo tempo, Villas-Boas lançou Guarín para o lugar de Varela e o FC Porto voltou ao losango que no final da última temporada, tantas vitórias permitiu arrecadar. À semelhança do que acontecia com Jesualdo, Hulk passou a sentir-se mais solto e pode aproveitar o desgaste físico da Naval para fazer o que queria da defesa figueirense. E as oportunidades começaram a suceder-se bem como o domínio do Porto a ser cada vez mais constante. Mas a Naval ainda conseguiu criar um enorme calafrio aos dragões. Previtali, que fazia a sua estreia em Portugal, recebeu um passe de longa distância e apareceu na cara de Helton. Foi apenas condenado pela sua lentidão, permitindo que Álvaro Pereira, no coração da grande área, aparecesse de carrinho a cortar a bola. Já perto do fim, Jonathas deixou a bola escorrer pelo braço. Grande Penalidade. Hulk pegou decidido na bola e fuzilou o estreante Salin.