Dragões despedem-se de Paris com nova derrota

F.C. Porto regressa ao trabalho

F.C. Porto em construção, a uma semana no arranque oficial da temporada. Demasiadas incertezas em torno de um dragão que não acerta nos lances de bola parada. André Villas Boas despede-se de Paris com dores de cabeça. Três golos sofridos de livre indirecto, numa área onde falta patrão. Bruno Alves ficou a ver, frente a PSG e Bordéus (2-1).

O Bordéus operou a reviravolta após o golo de Walter (31m), aproveitando um sem número de mudanças no onze azul e branco. O formato da prova motiva o risco. A segunda vaga não correspondeu, sobretudo na organização defensiva. Urge definir quem sai e quem fica. Bruno Alves, Raul Meireles e Tomas Costa foram a França para ver jogar. Alvaro Pereira e Fucile regressaram depois dos portugueses e foram opção. Walter. Seis letras para escrever a única boa notícia da viagem a Paris. Villas Boas ganhou uma alternativa a Falcao, goleador forçado a horas extraordinárias na pré-época, devido à falta de soluções. O reforço posicionou-se entre as torres gaulesas, denotou bom controlo de bola e capacidade para usar o corpo como arma. Faltou a mobilidade, a tal capacidade de explosão mencionada no currículo. Nem mesmo o pontapé forte apareceu. O reforço marcou aos trambolhões, um ensaio defeituoso, tão eficaz como qualquer outro.


Belluschi serviu Varela, o extremo voltou a provar que está com mérito na luta por um lugar e abriu caminho para o remate de Walter. Em queda, com o pé esquerdo, bola a bater na relva e a enganar o guarda-redes adversário. Pouco antes, o mesmo guardião tinha travado um ensaio forte do Bigorna, após cabeceamento pouco colocado de Sapunaru. O F.C. Porto chegava ao intervalo em vantagem, voltando a provar que tem mais para oferecer nas etapas iniciais. É essa a imagem desta pré-época. Ainda assim, com uma equipa renovada (Maicon e Alvaro Pereira foram os únicos repetentes) em relação à véspera, os dragões estiveram uns furos abaixo do habitual.

Valiam exibições individuais consistentes, como Belluschi, Varela ou Castro. O médio português substituiu precocemente Ruben Micael, devido a problemas físicos. Souza surgiu na posição defensiva do sector intermediário. Ao contrário de Walter, estragou tudo o que fez de bom com um erro comprometedor. Com uma hora de jogo, após livre na direita, aliviou mal uma bola e permitiu o empate do Bordéus. Sapunaru sofreu falta, o árbitro nada assinalou e Ayité aproveitou. Os dragões atacam com alguma qualidade, já nesta fase e mesmo a ritmos baixos, mas defendem sem grande segurança. Villas Boas tem testado alternativas, uma vez que Fucile, Bruno Alves, Rolando e Alvaro Pereira voltaram mais tarde. Uma defesa inteira por formar.

Tal como na época passada, numa realidade agravada pela tal incerteza quanto à composição do sector recuado, o F.C. Porto denota fragilidades nos lances de bola parada. Sereno tentou fintar onde não devia, originou um livre e Ciani saltou melhor que Emídio Rafael, para o 2-1. Duas derrotas num Torneio de Paris que não deixa boas recordações. in Maisfutebol