O medo de perder por pouco vencia a vontade de ganhar. A dada altura parecia que ia golear, acrescente-se. Argélia e Eslovénia protagonizaram aquele que será, certamente, o mais pobre espectáculo do Mundial até ao momento. Os dois emblemas exageraram nos cuidados defensivos e o resultado só podia mesmo ser um nulo que não servia a nenhum dos dois.
Mas não foi. E, pela segunda vez neste Mundial, um resultado que parecia certo mudou graças a um erro de um guarda-redes. O frango de Chaouchi não foi tão «vistoso» como o de Robert Green, mas o argelino também fica mal na fotografia e permitiu a Koren, capitão esloveno, dar o primeiro triunfo ao seu país num Mundial.
No resto do jogo, faltou claramente imaginação aos dois emblemas. Nenhuma equipa teve um elemento que conseguisse pegar no jogo e transformá-lo. A solução, por ventura, estaria na bancada, onde Zidane assistia à estreia da Argélia dos seus pais no Mundial 2010. Não terá, certamente, ficado muito agradado com o que viu. Aliás, a certa altura do jogo, muitos terão pensado se a Rússia, que espantou a Europa em 2008, ou o Egipto, tri-campeão africano, que Eslovénia e Argélia afastaram no apuramento não fariam melhor figura.
Até porque o jogo partia com um tónico extra para qualquer uma das equipas. À partida já seria o encontro teoricamente mais acessível para ambas. Mas, com a igualdade deste sábado entre Inglaterra e Estados Unidos, o vencedor deste encontro fechava a primeira ronda com a liderança do grupo C. Nem isso motivou.
Ainda assim, foram os argelinos a terem sinal mais na primeira parte. Não fizeram muito, mas perante a nulidade que foi o futebol esloveno, destacaram-se. Belhadj, o melhor argelino em campo, testou a atenção de Handanovic num pontapé livre logo no início. O «madeirense» Halliche teve na cabeça, aos 36 minutos, o melhor lance de golo de todo o jogo. Após canto, ganhou nas alturas a Bostjan Cesar, mas o cabeceamento passou ligeiramente ao lado.
O segundo tempo não trouxe grandes mudanças. Sem rasgo, sem criatividade alguma, o encontro ia-se arrastando para aquele que seria o mais lógico final.
Mas, mesmo antes do frango de Chaouchi, outro argelino começou a anunciar que algo mau estava reservado para os africanos. Ghezzal substituiu Djebbour e ainda nem tinha tocado na bola e já estava amarelado, num lance em que agarrou um adversário que seguia para o ataque. Treze minutos depois colocou a mão na bola e foi expulso. Pior era difícil.
Assim, a Eslovénia é, praticamente, empurrada para o primeiro lugar do grupo C. Confirmando o rótulo de competente a defender, a selecção de Matjaz Kek está na luta pelo apuramento. Terá, no entanto, de mostrar mais para bater o pé a Inglaterra e Estados Unidos. Neste jogo, fica a nítida sensação de terem vencido quase sem querer. in MaisFutebol
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