Em tarde de chuva (de estrelas) há seca de golos


A tarde trazia o jogo mais apetecível do dia no campeonato do mundo. Costa do Marfim e Portugal inauguravam o Grupo G, num confronto muito aguardado por todos. Esse mesmo embate, no fim do tempo regulamentar, acabou por, de resto, confirmar o estatuto de potência que ambas as equipas detêm, já que se registou um nulo no marcador.

Conforme se tinha falado nos últimos dias na imprensa, a opção de Carlos Queiroz acabou por recair em Danny e Fábio Coentrão para fazer a ala esquerda, ao passo que Liedson exibia-se como homem solto no centro do ataque. Do lado da Costa do Marfim confirmava-se a teoria de que Drogba não estaria apto a realizar os 90 minutos, tendo entrado para o seu lugar Gervinho - o jogador do Chelsea viria a entrar no encontro, na segunda parte. Os primeiros 45 minutos mostraram-nos um Cristiano Ronaldo muito mais próximo das exibições que fez no Real Madrid esta temporada. O português enviou uma bola ao poste e procurou sempre os seus disparos. Mas, a partir do momento em que o CR9 decresceu e o meio-campo não funcionou, a Costa do Marfim passou ao domínio do encontro. Dindane, Gervinho e Kalou iam procurando por tudo esgravatar a defensiva portuguesa, mas, actuando em bloco e coesa, esta nunca se deixou afectar quer pela mobilidade, quer pelo poderio físico dos atacantes dos "elefantes".

Mundial 2010: Costa do Marfim vs Portugal (EPA/CARL FOURIE)

Mas os costa-marfinenses viriam a pagar caro o atrevimento. É que os que correram não estavam prontos para o fazer num campo pesado, a chuva, e com a idade que já têm - caso de Dindane por exemplo - e viriam a sentir nas pernas o cansaço que em breve passaria para a mente. Os "Navegadores" aproveitaram e, já com Simão em campo - substituindo o apagado Danny - superiorizaram-se. Cristiano Ronaldo voltaria a aparecer, tentando dar a a tão desejada vantagem a Portugal. O avançado até chegou a enviar a bola para o fundo das redes, mas de pronto o árbitro Jorge Larrionda assinalou um fora-de-jogo que, de facto, existiu. Minutos depois, o "Senhor 94milhões" atiraria de livre para fora. Na recta final do encontro, tempo ainda para a entrada de Didier Drogba que teve tempo de criar perigo quando, num erro raro da defesa portuguesa, apareceu isolado na grande área, preferindo cruzar quando talvez se pedisse para rematar. Agradecemos nós a generosidade.

Portugal fica, assim, dependente do resultado que fizer com o Brasil, na última jornada, para saber se continua ou não em prova, algo que a comitiva lusitana queria, a todo o custo, evitar.

Homem do jogo: Gervinho