José Mourinho é, definitivamente, um treinador que tem um apetite especial por conseguir feitos históricos nos clubes por onde passa. Se no Porto conseguiu em dois anos uma Taça UEFA e uma Liga dos Campeões e no Chelsea conseguiu um bicampeonato quando os londrinos atravessavam uma seca de títulos, no Inter, o treinador português conseguiu, ao fim de 45 anos, reconquistar para os milaneses, a Liga dos Campeões. Mourinho concretiza o sonho de Massimo Moratti de conseguir uma Champions League, como havia feito seu pai, Mourinho entra para o grupo restrito de treinadores que conseguiram duas vitórias na Liga dos Campeões em duas equipas diferentes, Mourinho é Il Speziale.
No lado italiano, havia apenas a "meia surpresa" que era a chamada de Pandev para o lugar de Mario Balotelli, algo que já se previa que fosse acontecer. No Bayern, era Altintop quem carregava o peso de substituir Frank Ribery que, castigado, assistiu ao jogo da bancada. Começou ao ataque o Inter, mas seria algo momentâneo já que toda a primeira parte seria dominada pelo anunciado futebol de ataque dos bávaros com Robben a ser o principal destaque. Essa pressão constante de defender apenas pareceu não incomodar o Inter que, à semelhança do que fizera em Camp Nou, demonstrou uma organização defensiva implacável e marcou mesmo num golo típico de equipas italianas: aproveitando o erro do adversário. Passe longo de Júlio César para a cabeça de Milito que deu para Sneijder, o holandês descobriu um buraco no meio dos centrais germânicos e deu de novo para o internacional argentino para, em grande forma, fazer o primeiro do encontro. Até final da primeira parte, destaque para um remate falhado de Olic, após (mais um) grande trabalho de Robben que ia dando muito que fazer a Chivu e merecia a atenção especial do próprio José Mourinho.
A segunda parte abriu praticamente com um lance claro de golo do Bayern. Remate no coração da área para defesa com os pés de Júlio César, sempre bem colocado entre os postes da baliza nerazurra. Respondeu o Inter com um remate fantástico de Pandev em arco para grande defesa de Butt. No entanto, Robben não queria ficar atrás do macedónio e disparou de forma magistral, mas Júlio César voltou a corresponder de forma genial. E assim ia passando o tempo, com os homens da Baviera com muita posse de bola mas sem resultados práticos. Esses, teve-os o Inter, de novo com Milito que, entendendo-se com Eto'o não hesitou em "dar um nó" em Van Buyten antes de atirar em jeito para o fundo das redes do Bayern. Autor de dois golos plenos de oportunidade, Milito foi o homem do jogo e é, claramente, o homem do momento, por esta altura. Até final, o Vermelho e Branco das bancadas que antes do jogo era de tons garridos, começou a esbater-se, contrastando com o Azul e Negro eufórico dos italianos.
0 comentários: