Venceu a perfeição táctica



José Mourinho é conhecido por preparar os seus jogos ao pormenor, sem descurar qualquer "migalha" do jogo. Ora, uma meia-final contra aquela que é possivelmente a melhor equipa do mundo actualmente não fugira à regra. Mais ainda sabendo Mourinho que podia fazer história nos italianos. O português sabia que seria uma ilusão chegar a Camp Nou para jogar de igual para igual com o Barcelona e não o fez, mas o Inter foi acima de tudo perfeito tacticamente e muito inteligente a jogar.


De acordo com o que era de esperar, o Barça entrou em campo com o pé no acelerador, desejoso de dar ao seu público a tão anunciada "remuntada". Na esquerda, Guardiola surpreendera ao colocar Milito - que assim defrontava o irmão - em detrimento de Maxwell. E o internacional argentino só veio confirmar que é um central puro e não um lateral. Sim porque o Barcelona via-se e desejava-se por um lateral e não por um defesa esquerdo. No Inter, a baixa de Pandev à última hora havia obrigado a mudanças no onze igualmente. Quaresma via o jogo da bancada.

O Barcelona carregava mas no Inter uma dupla argentina dava nas vistas. Samuel e Cambiasso despertavam para um grande jogo, de sacrifício. Ainda na primeira metade, Thiago Motta seria expulso, por pretensa agressão a Pedro Rodríguez, para gáudio dos adeptos blaugrana. Na frente da armada espanhola um Messi muito preso conseguiu soltar-se e atirou para a defesa da noite de Júlio César. O intervalo chegaria com o resultado à medida de Mourinho.


Barcelona dethroned by resilient Inter

A segunda parte mostrou um Inter a exercer, inicialmente, uma pressão mais alta em campo. Pressão essa que rapidamente baixou. Guardiola mexeu, mas só nos nomes, o esquema era o mesmo. Entrou Krkic para o lugar de Ibra e Jeffren para o lugar de Busquets, mas o jogo continuava a ser uma variação gradual de flancos da direita para a esquerda, sempre muito bem interpretada pelos visitantes. Já na parte final do encontro, Mourinho prescindiria completamente dos pontas-de-lança ao retirar Eto'o e colocar em campo Mariga. O sofrimento milanês seria acentuado quando Piqué - já a jogar a ponta-de-lança - fez um grande trabalho sobre Cordoba e Júlio César, antes de atirar para o fundo das redes. Até final, houve ainda um golo correctamente invalidado a Krkic por mão de Touré.

Esta é a segunda final da Liga dos Campeões de José Mourinho, depois do Porto em 2004, e a primeira do Inter desde 1972.