De olhos no futuro: Miguel Rosa


Tido como um dos clubes históricos do futebol português, o Belenenses não começou da melhor forma a sua nova aventura no escalão secundário do nosso país, tendo inclusivamente já registado uma mudança no comando técnico após alguns maus resultados. Ainda assim, e com a entrada de José Mota, a equipa de Belém ganhou um novo fôlego, amealhando vários pontos nas últimas jornadas, tendo o médio Miguel Rosa um papel proeminente nesta louvável recuperação do emblema da Cruz de Cristo.

Tendo realizado toda a sua formação no Benfica, Miguel sempre foi rotulado nos escalões de base como uma jovem promessa dada a sua evidente qualidade futebolística. Prova disso mesmo é o considerável número de golos que obteve durante a sua fase de evolução no clube da Luz e que lhe valeu chamadas regulares às selecções jovens nacionais. Conhecedores do inegável talento do jovem, os responsáveis benfiquistas decidiram propor-lhe a assinatura de um contrato profissional, sendo igualmente integrado nos trabalhos de pré-época no seu primeiro ano como sénior.


Contudo, e visando poder corresponder da melhor maneira às exigências inerentes a uma competição profissional, o médio seria cedido ao Estoril em 2008/2009 e ao Carregado na temporada seguinte, acabando nestes clubes por conseguir ultrapassar algumas dificuldades decorrentes da transição do futebol de formação para o futebol sénior. Este período de maturação não poderia ser mais rico, uma vez que foi sempre opção em ambas as equipas, tendo mesmo um registo interessante de golos nas duas épocas, somando um total de dezasseis tentos.

Já para esta temporada, chegou a ser ventilado na imprensa o interesse de clubes da principal liga no empréstimo do jovem, acabando, ainda assim, por rumar ao Belenenses. Esta mudança tornou-se uma mais-valia não só para os azuis, que procuram o regresso ao primeiro escalão, como também para o jovem, que tem a possibilidade de se valorizar ainda mais no panorama nacional. Embora a actual carreira da formação do Restelo não seja condizente com o seu palmarés, pois está em zona de despromoção, o lisboeta tem sido um dos jogadores mais inconformados com esta fase cinzenta do clube, contabilizando até ao momento cinco golos.

Actuando nas costas dos avançados ou esporadicamente sobre o corredor direito, Miguel destaca-se pela sua admirável componente técnica, pela capacidade de descobrir linhas de passe e pelo facto de ser presença constante em situações de finalização. Estas são as principais características do jovem luso e que lhe têm permitido ter um registo considerável de golos ao longo da sua ainda curta carreira.

Com contrato com o Benfica até ao final da temporada, Miguel Rosa pretenderá aproveitar a estadia no Estádio do Restelo para provar aos dirigentes encarnados que tem valor suficiente para, num futuro próximo, integrar o plantel principal benfiquista. Assim sendo, a próxima etapa do seu percurso passará, provavelmente, pela cedência a um clube da primeira divisão, de modo a completar de forma definitiva o seu processo de amadurecimento competitivo, especialmente a nível táctico.

Texto de Rumo Ao Estrelato para o Negócios do Futebol