Este Real teme os grandes jogos

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Parece um problema que teima em persistir na equipa de Manuel Pellegrini. O Real Madrid apresenta níveis excepcionais de rendimento em todas as partidas certo? Errado. Há um género de encontros que estes "galácticos" parecem não gostar. Falo claramente dos grandes jogos.

E a patologia parece não se resumir a jogos com o Barcelona. Senão veja-se: numa fase inicial da temporada em que o Sevilha lutava taco a taco pela liderança com o Barcelona e o Real, os merengues visitam o Sánchez Pizjuán. Resultado? Derrota averbada por duas bolas a uma. Foi o primeiro desliza da apelidada "Florenteam". Avançando um pouco mais na campanha blanca encontramos novo deslize, e logo no clássico. O Real desloca-se a Camp Nou e regressa à capital espanhola com uma derrota devido a um golo de Ibrahimovic. Antes do jogo de ontem, há ainda mais um que importa salientar. O Real Madrid viajou até ao tradicionalmente difícil San Mamés, em Bilbau e, de novo, não esteve à altura de uma grande equipa, averbando nova derrota por 1-0. O último descalabro aconteceu então na noite passada com derrota, frente ao Barcelona, perante o público do Bernabéu, e possível adeus ao título - se considerarmos a regularidade da equipa de Guardiola. Curioso o facto de o Real Madrid claudicar quando joga fora de portas.

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Mas se alargarmos o espectro até às competições europeias, a história não se fica por aqui. O Real ficou, na Liga dos Campeões, com o Milan no Grupo C. E os jogos com os italianos não foram nada menos que desastrosos. Primeiro, numa visita a San Siro, o Real haveria de empatar com um Milan em crise profunda de resultados a um golo. No jogo do Bernabéu, Cristiano Ronaldo e companhia haveriam mesmo de ser vencidos por 2-3. Ainda assim, seguiram para os oitavos-de-final. A ilusão com a décima conquista da Liga Milionária e no Santiago Bernabéu ganhava cada vez mais forma, ainda para mais porque o adversário era o inferior Lyon (inferior pensavam nuestros hermanos). A visita ao Gerland, apesar da boa exibição, terminaria com uma derrota por uma bola a zero, com um golo de Makoun. Nada de preocupante, o "efeito Bernabéu" serviria, por certo, para arrumar a questão. Uma vez mais, novo erro de apreciação da imprensa espanhola. O Lyon, conseguiria manter a vantagem e passaria aos quartos, deixando Madrid atónito e desolado.

A conclusão que se pode retirar é simplesmente a de que este Real Madrid teme os grandes jogos. Não se pode, portanto, neste momento, chamar "grande equipa" àquela que vacila sempre que encontra um adversário que, na teoria, é do seu nível.