Queiroz afirma que Portugal não merecia ser campeão do Mundo


O agora ex-seleccionador nacional luso mostrou-se irónico na hora de explicar tal perspectiva, invocando o nome de Eusébio, Luís Figo e Cristiano Ronaldo numa viagem pelo tempo que conclui com a seguinte tirada: "ganhar os jogos? Podemos. Podemos ganhar à selecção da Espanha? Podemos. Merecemos? Não".

A explicação: "Em Portugal, ficámos à espera do Eusébio, depois ficámos mais 20 anos à espera de um novo Eusébio, veio o Figo, agora temos o Cristiano Ronaldo, e isso não basta, não é suficiente. E aqueles que pensarem que o futebol pode ser vivido só à custa da regeneração natural ou à custa de passes de mágica também não merecem ser campeões do Mundo. É o caso de alguns países, como por exemplo, Portugal. O Brasil falhou, Portugal falhou e a França falhou". Instado a comentar o porquê de algumas das principais estrelas do último campeonato do Mundo não terem "explodido" como previsto, Queiroz acredita que o baixo rendimento de jogadores como Ronaldo, Messi ou Kaká se deve ao facto de alguns jogadores não chegarem "frescos das pernas e frescos da cabeça".

"O Cristiano fez quatro jogos no Mundial depois de uma época longa, competitiva e muito exigente", prosseguiu. "Alguns jogadores não chegam frescos das pernas e frescos da cabeça e não conseguem render aquilo que está ao seu alcance. Tal como o Kaká, que fez um Mundial tremido e a seguir foi para uma operação. Mas o que importa para a sociedade e para os adeptos é aquele momento", criticou. A concluir a entrevista concedida a este canal de televisão, o treinador moçambicano não descartou a possibilidade de, no futuro, orientar uma equipa brasileira. "Treinar na pátria do futebol é sempre uma atracção. O Brasil é a pátria do futebol, hoje mais do que a própria Inglaterra, onde o futebol nasceu. Vocês nacionalizaram o futebol para o Mundo e é sempre uma honra para qualquer treinador poder ter essa hipótese mas não é um objectivo a curto prazo", considerou.