Crónica: Revolução Azul e Branca

25 de abril. Hoje comemoram-se os 38 anos da queda do regime ditatorial do Estado Novo e a implantação da Democracia, que tem durado até aos dias de hoje.

Durante o regime fascista, a política autoritária de António Salazar adoptou o Centralismo, concentrando em Lisboa não só o poder político-económico como também cultural e desportivo. No futebol, o regime Salazarista favoreceu fortemente os clubes da capital, especialmente o Benfica, aproveitando-se das suas conquistas para se enaltecer e promover. A cidade do Porto aparecia como o foco da resistência, figurando como o símbolo do contra-poder e o FCPorto era o único clube que conseguia enfrentar os clubes da capital, embora sem grandes sucessos.

Com a Revolução dos Cravos e mais tarde com a chegada de Pinto da Costa à presidência do FCPorto, o futebol português teve a sua Revolução. Pinto da Costa e José Maria Pedroto lutaram contra o Centralismo no futebol e foram os rostos que iniciaram o período de ouro do FCPorto, não só de afirmação como também de vastas conquistas, nacionais e internacionais. Esta hegemonia perdura até aos dias de hoje, fazendo do FCPorto o clube português com mais títulos conquistados.

Desde o futebol ao bilhar, a quantidade de títulos conquistados pelo FCPorto sob a tutela de Pinto da Costa é enorme. A nível Mundial, Pinto da Costa é Rei e uma referência. O Presidente marcou, marca e continuará a marcar (espero eu que por mais uns bons anos) de forma indelével o universo do FCPorto, levando o nome do Clube a todo o lado, enaltecendo também a Cidade bem como a região Norte, desprezada pelo poder central.

O sucesso do FCPorto, incomparavelmente superior ao dos rivais diretos, para além da alegria óbvia que proporciona aos Portistas, também causa um grande ódio, inveja e desprezo por parte dos “anti-Portistas”. Por isso, o FCPorto e Pinto da Costa foram (e continuam a ser) alvo das maiores desconsiderações, das maiores calúnias e das mais baixas e obscuras tramóias.

Um dos (diversos) exemplos disso é o caso do túnel da Luz que ainda dá que falar. Os jogadores do FCPorto, apanhados na jogada suja orquestrada pelo clube de Benfica e apoiada por Ricardo Costa (o “tal” que assistiu no camarote à conquista da Taça da Liga por parte do seu clube predileto), irão saber a 2 de maio se irão a julgamento. Apesar de acreditar no arquivamento do caso, o facto é que a decisão vai sair em vésperas de um FCPorto-Sporting que se prevê decisivo, o que é de desconfiar... Será mais uma tentativa de destabilização, nada de novo portanto.

Aos que vivem do passado, do “prestígio” perdido, aos que entram em euforias tão desmedidas como passageiras, aos que negam a realidade, aos que entram em teorias da conspiração e procuram desculpas para tudo menos para a própria culpa, só tenho a dizer uma coisa: O FCPorto vai continuar a ganhar e a conquistar títulos. As adversidades serão sempre ultrapassadas com seriedade, trabalho, organização e dedicação sem limites, desde o Presidente e estrutura que o rodeia, até aos jogadores. Contra tudo e contra todos, com alma de Dragão, assim espero.

Os Portistas possuem uma identidade própria e carregam uma mística ímpar em Portugal, algo que a ditadura abafou mas não apagou e que a Revolução revelou, e essa é a força motriz da luta contra o Centralismo e contra os focos de “opressão” ainda existentes no nosso país. Veja-se, por exemplo, o caso do jardim infantil da Ericeira…

Última nota para a revista “Dragões” que comemora hoje o seu 27º aniversário. Criada em 1985 para cobrir todo o mundo azul e branco e classificar como “dragões” as gentes do FCPorto até aí depreciativamente tratadas por “Andrades”, também faz parte da Revolução Azul e Branca.

“Jogar para a Europa só pode ser meta para os clubes com menor dimensão ou para clubes dos bairros das grandes cidades, o FC Porto terá sempre de jogar para ganhar em tudo o que entra, embora consciente de que terá de ser muito melhor que os clubes de Lisboa para triunfar”, são palavras do próprio Presidente Pinto da Costa no primeiro número da “Dragões”.

Viva o FCPorto!

Crónica enviada por Pedro Valente para o Negócios do Futebol