Quando a paixão da camisola iguala a do futebol

Real Madrid-Barcelona (EPA/Juan Hidalgo)

O jogo Real Madrid - Barcelona terminou com um empate a um golo. Um verdadeiro choque de estilos, conforme já se esperava. Mas a todo o jogo de transições rápidas que, como disse Guardiola, tem no Real Madrid um especialista, os "merengues" juntaram-lhe uma paixão tremenda que lhes permitiram igualar uma equipa que seria vista por muitos como teoricamente superior. Aliás até os golos foram obtidos de igual forma: de penalty, um para Ronaldo e um para Messi, o que é mais um empate no confronto individual entre os dois melhores do mundo.

Mourinho remodelou o "onze" blanco: surpreendeu ao colocar Pepe à frente dos centrais numa posição que não lhe era estranha, já que o internacional português praticamente só fez esse lugar quando Carlos Queiroz estava no comando da selecção das "quinas". E o ex-FC Porto até esteve em bom plano. Nos primeiros minutos, o Barcelona tomou conta do encontro, também porque o Real Madrid assim o permitiu. De resto, o domínio "culé" não era efectivo, uma vez que nos últimos trinta metros, a equipa não criava perigo, graças ao trio de médios. Aliás o primeiro remate veio dos pés de Ronaldo. Pouco depois era Messi quem tentava bater, em chapéu, Casillas. Nunca deixando o adversário sem troco, as equipas iam trocando oportunidades - e às vezes galhardetes -, mas foi o Real a dispor da melhor oportunidade da primeira parte. Remate de Ronaldo salvo em cima da linha de golo por Adriano.

Real Madrid-Barcelona (EPA/Juan Hidalgo)

Assim acabara o primeiro tempo, tal começara o segundo: Ronaldo a ameaçar a baliza de Valdés, com uma bola no poste depois de um dos livres que tão bem o caracterizam. O "Barça" não desmanchava a sua estrutura: tinha bola. A única diferença é que não tinha perigo....não fosse Albiol cometer um erro clamoroso e fazer falta na grande área que lhe valeu a expulsão. Messi, na conversão, não perdoaria. Pepe recuou para o centro da defesa, mas regressaria ao meio-campo onde estava a ser um dos melhores do encontro. Apesar disso, o fôlego para recuperar chegou, e em classe A. Mourinho meteu Adebayor e Arbeloa e os dois catapultaram a equipa para uma recuperação anímica que se traduziu no relvado no empate. Dani Alves cometeu falta na grande área. Protestos de toda a gente do Real: Alves já tinha um amarelo e deveria ter visto o segundo, que resultaria na sua ausência para a final da Taça do Rei. Chamado a marcar, Ronaldo não falhou, imitando o outro "génio" do outro lado. O jogo abrir-se-ia, mas o resultado não, esse estava bem fechado. Quem acaba por "vencer" o clássico é o Barcelona que dissipou quaisquer dúvidas quanto ao vencedor de La Liga BBVA ano 2010/2011.