Mestalla volta a ser sinónimo de felicidade para o Real

<b>TRÍO LETAL.</b> Higuaín, Benzema y Kaká marcaron los seis goles del Real Madrid.

Depois da conquista da Taça do Rei, a meio da semana, frente ao Barcelona, o Real Madrid regressava ao Mestalla, desta vez para medir forças com o clube que, por norma, ocupa aquele estádio, o Valência dos portugueses Miguel e Ricardo Costa. E, de novo, o jogo não podia ser mais recheado de "glória" blanca. Apresentando um onze com muitas alterações, Mourinho viu as suas "reservas" aplicarem um remédio de seis golos no terceiro classificado da liga.

A equipa "che" vendo-se assomada por semelhante vendaval, especialmente dos homens da frente - Higuaín, Kaká e Benzema -, "apenas" conseguiu apontar três golos É impensável dizer quem se destacou mais, se Kaká que apontou dois golos, entre os quais uma obra-prima, fez assistências e pautou todo o jogo do Real, numa das suas melhores exibições desde que chegou a Madrid, se Higuaín que fez um hattrick e uma assistência ou se o habitual colectivo "merengue" em si que vai dando uma demonstração de ser sim uma constelação de estrelas e não um conjunto de astros separados. Apesar de se pensar que Mourinho poderia dar oportunidade a Juanfran para se mostrar na lateral direita, o português adaptou Albiol àquele lado e colocou o "canterano" Nacho a jogar à esquerda, esse sim uma surpresa. Garay também entrava na equipa substituindo Sergio Ramos e o meio-campo estava reestruturado também, com Lass, Granero e Canales atrás de Kaká - sendo que o brasileiro facilmente caía nas alas e transformava um aparente 4x4x2, num 4x3x3. Lá na ponta desta lança bem afiada, Benzema e Higuaín formavam uma parelha de sucesso.



O Valência no primeiro tempo teve mais bola, mas teve muito menos pernas, de tal forma que acabou a perder 0-4. Como? A pergunta quase não carece de resposta, conhecendo a maneira de jogar do Real, transições rápidas, com controlos de bola e passes verdadeiramente estonteantes a nível de velocidade de execução e...nada mais. Parece simples até. Pois, a verdade é que esta máquina demorou a lubrificar alguns componentes mas agora promete destruir tudo o que contra ela se mova. Benzema colheu a primeira fatia, Higuaín deu mais uma facada no bolo e Kaká confirmou que era de qualidade o fabrico com novo golo. Não contentes, os jogadores foram à procura de mais fatias e conseguiram mais uma, sempre gentilmente cedida pela meiga equipa valenciana. De tal forma que, quando o Valência quis, já pouco ou nada havia para si.

No segundo tempo, a equipa da casa quis mudar a má imagem da primeira parte e mostrou-se mais acutilante, mas haveria de ser o Real a marcar novo golo. Kaká fez o que quis de Miguel e serviu Higuaín para o hat-trick do internacional argentino. Logo a seguir, Emery mexeu na equipa e lançou o brasileiro Jonas, em boa altura. Na primeira vez que o ex-Grémio de Porto Alegre tocou na bola foi para fazer um bom trabalho na área "merengue" e servir Soldado para o primeiro golo caseiro. De novo acordado pelo arranhar do Valência, o Real foi em busca de mais um e Kaká foi o marcador....do melhor golo da tarde! Uma delícia, em pouco mais de um metro, já quase no limite da pequena área, o brasileiro inventou um túnel a Stankevicius e colocou em jeito no fundo das redes da baliza de Goitia.

Com o encontro completamente decidido, o melhor que o Valência conseguiu foi reduzir mais as diferenças. Primeiro por Jonas que, com poucos toques na bola, se assumiu como o jogador mais decisivo do Valência e já perto do fim por Jordi Alba. Demonstração de força do Real Madrid numa altura importante da temporada, na casa daquele que é o terceiro classificado e que na última jornada aplicou "chapa 5" ao Villarreal.