Benfica x Braga (Antevisão)

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As voltas que uma equipa pode sofrer em cerca de meio ano. Sim: há seis meses atrás, aproximadamente, o jogo de mais logo à noite era o jogo do título e a sorte viria a sorrir ao Benfica. Agora, a sorte parece estar sisuda tanto com o Braga como com o Benfica e, até agora, ninguém se pode rir.


Os bracarenses têm, mais logo à noite, um teste duro às capacidades psicológicas do colectivo, bem mais até do que um exame às faculdades técnica e táctica da turma de Domingos, porque essas há muito que lhe são reconhecidas. E as curiosidades prendem-se logo na baliza. Saber como vai Felipe reagir depois de um jogo uns furos abaixo do que vinha mostrando. Também a defesa, orfã de Rodríguez, terá de superar a grande quantidade de golos que permitiu nos últimos jogos. E do meio-campo para a frente apenas há uma coisa a dizer: Matheus e Alan sozinhos nunca farão milagres. Relativamente à formulação do onze, Domingos deverá apostar em Elderson à esquerda já que do lado direito do Benfica não deverá haver muito caudal ofensivo. Como o treinador dos arsenalistas tem alternado o 4x3x3 com o 4x1x3x2, que facilmente se transforma em 4x4x2, será uma incógnita sempre a forma como Paciência irá colocar a equipa a jogar. Contudo, pode supor-se que o esquema deverá ser o primeiro para que, tanto Alan como Paulo César, à esquerda e à direita, respectivamente, impeçam as subidas de Maxi Pereira e Fábio Coentrão, algo que é essencial para que o futebol do Benfica funcione. A alternativa será colocar Lima ao lado de Matheus, o que oferece mais possibilidades de sucesso no combate com os dois centrais encarnados - Luisão e David Luiz - sendo essa a maior vantagem.

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O Benfica surge nesta recepção ao minhotos claramente dependente daquilo que Aimar e Fábio Coentrão, especialmente, podem produzir. Os dois elementos deverão assumir o controlo do jogo benfiquista, principalmente depois de consumado o afastamento de Óscar Cardozo, por lesão. E, por falar no internacional paraguaio, este será um bom teste para apurar até que ponto é que o ponta-de-lança é fundamental para que os mecanismos da equipa estejam bem oleados, assim como para ver como se vai apresentar Alan Kardec.

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O brasileiro é, sempre foi, um elemento no qual Jorge Jesus depositou grandes esperanças. Pois bem, é altura de lançar, de início, o menino no meio dos "Guerreiros". Ao longo da semana tem sido diversas vezes veiculada a predisposição de Kardec para os grandes jogos, mas a falta de entrosamento que tem com as rotinas encarnadas, por ter vindo de lesão - apesar de ter feito toda a pré-temporada - poderão sobrepor-se precisamente a essa despreocupação. No que ao onze diz respeito, a única alteração deverá ser a já habitual no lado esquerdo quando César Peixoto volta a não convencer: Fábio Coentrão recua para lateral e Gaitán entra para o lado esquerdo. A outra incerteza prende-se com o lado direito do meio-campo. Salvio ou Carlos Martins? O argentino assegura muita técnica e capacidade de penetração na grande área, ao passo que Carlos Martins, mais rodado na Liga Portuguesa e mais consciente do que hoje irá encontrar, tem mais poder de fogo e remate de meia-distância, partindo com algum ascendente. Quanto ao resto da equipa serão os fiéis discípulos de Jesus.

Certo é que logo assistir-se-á a um jogo que representa o nascer de um "clássico" entre dois grandes do futebol português - um dos que tem maior História e um outro que quer escrevê-la a ouro.