Académica cede empate no último minuto


Jorge Costa assumira na quarta-feira que queria dormir de sexta para sábado na liderança da Liga Zon Sagres, algo a que, valha a verdade, a Académica não está habituada há muito, muito tempo. Só que o jovem treinador, no dia em que reencontrou o seu anterior patrão, não estaria com certeza à espera de passar a noite com insónias. Ora, a esta hora os jogadores da Briosa ainda estarão a tentar perceber por que razão não conseguiram repetir a sensacional vitória no Estádio da Luz, mesmo depois de terem voltado a marcar a seguir ao minuto 90.

Durante todo o jogo, os estudantes criaram oportunidades mais do que suficientes para derrotar o Olhanense: Sougou e Miguel Fidalgo, por duas vezes, podiam ter facturado, e até Djalmir esteve à beira de dar uma ajuda involuntária quando fez uma intercepção para o poste direito da baliza à guarda de Moretto. Foi, pois, necessário esperar pelo segundo minuto de compensações para que os 3000 academistas nas bancadas saltassem de alegria. É que, com a cabeçada certeira de Diogo Gomes a concluir mais uma assistência de Júnior Paraíba - o reforço brasileiro, em duas jornadas consecutivas, assistiu outros tantos companheiros -, já ninguém acreditava que o triunfo escaparia. Puro engano: um minuto depois, uma bola mal dominada por Éder - involuntariamente ou não, a verdade é que usou o braço para tentar controlar o esférico -, que tinha vindo em auxílio da retaguarda, originou uma grande penalidade em que já nem os homens de Daúto Faquirá acreditariam. Yontcha, na cobrança do castigo máximo, teve a frieza necessária para bater Peiser. Um tento que terá porventura feito despertar alguns fantasmas da temporada passada entre os conimbricenses, pois, em meia dúzia de desafios de 2009/10, a Académica também consentiu golos dos adversários mesmo ao cair do pano.

Daúto Faquirá (foto ASF)

O resultado acaba por se aceitar, embora, sobretudo no primeiro tempo, os anfitriões tenham justificado a vitória, não só pelas tais ocasiões de que dispuseram, mas também porque o seu futebol mais elaborado e a toda a largura do campo pedia um triunfo, com os cruzamentos a sucederem-se a grande ritmo e com os livres laterais de Diogo Valente a causarem grandes calafrios a Moretto. De resto, o brasileiro, que acabou por ser importante na conquista de um precioso ponto, não se livrou de algumas saídas em falso que quase comprometiam a estratégia algarvia.

Melhor nos últimos 30 minutos - as alterações feitas por Daúto Faquirá tiveram o condão de abanar a equipa -, o Olhanense aproveitou alguma desorganização contrária para crescer no desafio e acabou por conseguir um prémio pela atitude que evidenciou. inOjogo