Erros na defesa recompensados com empate ante holandeses


Não deslumbrou, mas seria suficiente não fosse a estranha permeabilidade na defesa. O Benfica entrou a empatar no Torneio de Guimarães com os holandeses do Groningen por 3-3, num jogo típico de pré-temporada e que mostrou que a máquina encarnada ainda precisa de alguns ajustes defensivos, pese a falta de rotinas do quarteto defensivo utilizado por Jorge Jesus. Luís Filipe, Sidnei, Fábio Faria e César Peixoto jogaram de início, facto que não deve acontecer muitas vezes ao longo da época. Ainda assim, deveriam ter feito melhor.

Aos três minutos o Benfica já estava a perder. Foi por pouco tempo, é certo, mas o golo do Groningen deixou claro que a entrada das águias em Guimarães foi com o pé esquerdo. Carlos Martins perde uma bola em zona proibida, Tadic progride pela esquerda, passa Luis Filipe e tira um bom cruzamento a que Pedersen, depois de fugir a Fábio Faria, corresponde da melhor maneira. Mas o Benfica rapidamente igualou. Jogada muito confusa (algo muito visto esta noite em Guimarães), com Kardec a tentar assistir Gaitán na esquerda, mas a acabar por colher os frutos do corte defeituoso de um defesa holandês. A bola caiu-lhe no pé direito e o brasileiro empatou. O relógio marcava os cinco minutos e a emoção da primeira parte já tinha terminado.

Mesmo que Jara até tenha estado perto do golo num remate algo fortuito. Mesmo que Gaitán tenha revelado bons pormenores, mesclados por erros, por ventura, por falta de entrosamento. Mesmo que Kardec tenha visto um golo seu mal anulado. Os últimos 40 minutos da primeira parte não passaram de um amontoado de boas intenções e uma intensidade a roçar o zero.



Ao intervalo, percebendo que o Groningen, que já levava 90 minutos nas pernas do dia anterior, não estava para alterar a postura defensiva e o «deixa ver no que dá» no ataque, Jorge Jesus chamou a cavalaria. Javi García, David Luiz, Weldon, Felipe Meneses e Balboa foram os primeiros a saltar do banco. Seguiram-se-lhes a dupla argentina Aimar-Saviola. Antes disso, já o Benfica estava na frente do marcador, num «golaço» de Carlos Martins, como que a redimir-se do erro no tento holandês. Parecia que o jogo tinha ficado por ali. Mas este era um filme ainda longe de acabar. Nas bancadas perguntava-se se o Groningen se tinha ido embora depois de marcar o golo aos três minutos. Os holandeses ouviram e trataram de responder. Metaj rematou forte à entrada da área e voltou a empatar, no segundo remate da equipa à baliza de Roberto.

Golpe duro para o domínio encarnado que Nuno Gomes, na primeira vez que toca na bola e um minuto depois de render Luís Filipe, tratou de corrigir. Boa jogada do Benfica, com assistência primorosa de Saviola para o avançado português, de cabeça, fazer aquele que seria o resultado final. Não foi. O derradeiro golpe nas águias estava reservado para o final, com Stenman a progredir pelo flanco do inadaptado Balboa, a cruzar mal, mas, face à passividade encarnada, o mesmo Stenman ainda foi a tempo de empurrar por baixo do corpo de Roberto um novo cruzamento, agora do outro lado, fechando o marcador. Este domingo, os encarnados vão disputar com o V. Guimarães a vitória neste torneio, sendo que aos minhotos basta empatar. in Maisfutebol