A intensidade no Uruguai-Gana terá sido guardada para o final do encontro. Não dos 90 minutos, mas a partir dos 120 até ao fim dos penaltys. Ganeses e uruguaios perfilava-se em campo num confronto interessante entre uma selecção histórica e uma selecção sedenta de começar a fazer a sua. A vitória acabou por sorrir a Maxi Pereira, Jorge Fucile, Álvaro Pereira e companhia, que foram mais felizes na marcação de grandes penalidades, depois do empate a uma bola no fim do tempo regulamentar. No onze, apenas o lateral do Benfica e Fucile marcaram presença.
O jogo teve de tudo! Desde avançados a fazer de guarda-redes até penaltys falhados e outros convertidos à "Panenka". O apito inicial assinalou também o princípio de um encontro que, durante os primeiros dez minutos, privilegiou os cuidados defensivos. A partir daí o Uruguai abriu as hostilidades, mas as pretensões de marcar esbarravam sempre em Kingson, guarda-redes ganês que, com este Mundial parece ter perdido a fama de inseguro. Após este sufoco inicial, o Gana, apoiado no público que correu ao Soccer City em Joanesburgo para apoiar as "Estrelas Negras", avançou no terreno. Aos 37' minutos, o Uruguai sofreu um duro revés. Diego Lugano saiu lesionado, desconhecendo-se ainda, se a lesão é impeditiva de o capitão estar nas meias-finais. Aos 44 minutos, Kevin-Prince Boateng tentou finalizar de bicicleta, sem sucesso. Dois minutos depois haveria mesmo histeria no estádio. Muntari disparou e, com a ajuda da Jabulani, Muslera não conseguiu parar o remate para gáudio dos africanos que enchiam o estádio.
O Uruguai, como lhe é reconhecido, pareceu acordar com o golo ganês e regressou ao jogo com "Ganas". Depois de sete cantos, Forlán, aos 55 minutos, cobraria uma falta com êxito - e algumas culpas para Kingson. O Gana reagiu e Gyan teve nos pés o golo, mas Muslera tinha nas mãos a Segurança. Maxi também teria a sua chance. O lateral encarnado teve na verdade uma excelente situação para dar a glória aos uruguaios, mas rematou por cima.
Mas o jogo foi para prolongamento. E aí sim, os medos vieram ao de cima. Estava muito em jogo e ninguém queria errar, porque isso significaria o fim, as lágrimas. Na primeira parte, ligeiro ascendente sul-americano com Maxi em especial destaque pela frescura física evidenciada. Mas na segunda parte o Gana emancipou-se. Criou situações de perigo, algo raro no prolongamento. Um exemplo foi provocado por um alívio deficiente de Fucile, em resposta a um lançamento de linha lateral. Boateng quase aproveitava para dar a vitória. Em cima do apito de Olegário, o Gana vai dispor da melhor oportunidade. Canto na direita, remate defendido na linha de golo por Suárez e recarga de Adiyiah defendida de novo por Suárez, mas desta feita com a mão, qual guardião. O juíz português não hesitou e apontou para a marca de castigo máximo. Expulsão justa para o avançado do Ajax. Desespero sul-americano, euforia ganesa. Gyan avança para o penalty e essa euforia esbarra na barra, antes de ressaltar para fora.
O jogo iria então decidir-se na marcação de grandes penalidades onde a sorte acabou por sorrir ao Uruguai e aos "locos". Tudo isto porque o último penalty, o que deu a vitória, o de maior pressão, foi marcado com nervos de aço por Sebástian "Loco" Abreu...à panenka. Do lado "celeste" falhou Maxi Pereira, pelo Gana falhou Mensah e Adiyiah.
0 comentários: