Numa altura em que o concurso a um lugar no FC Porto parece reduzido a dois candidatos, o planeamento da próxima temporada será totalmente diferente quer se escolha Muricy Ramalho, quer se escolha André Villas-Boas.
Se a opção recair sobre o português, os dragões voltarão a um 4x3x3 quase seguramente, com extremos declarados - rápidos de preferência mas, acima inteligentes - e um meio-campo de trabalho, ficando esquecido o losango de Jesualdo que deu bons frutos no final da temporada. Sairiam de novo valorizados jogadores com características semelhantes a Raúl Meireles - caso o internacional português se mantenha -, ou mesmo Rúben Micael. Outros como Guarín ou Fernando Belluschi, que sempre denotaram grande apetência para jogar com mais três companheiros num meio-campo sem características flanqueadoras, seriam de novo desvalorizados. Regressariam os extremos como Varela, e Hulk teria muito menos o papel de ponta-de-lança. A nível de análise dos adversários, com Villas-Boas o plantel ficará a saber tudo o que for preciso sobre os rivais - às vezes mais do que isso - sendo o suporte básico o vídeo. Villas-Boas é um motivador por excelência, da escola de José Mourinho. Exímio em mind games, mas mais discreto que o seu mentor.
Do país irmão chega Muricy Ramalho, uma escolha arriscada. Não porque não tenha créditos, não porque não tenha valor, simplesmente porque a sua personalidade não se adequa muito com a que Pinto da Costa idealiza para um treinador do FC Porto. Efectivamente, o brasileiro gosta de mandar e que as suas vontades sejam satisfeitas sem sequer serem questionadas. Recorde-se que os últimos dois treinadores que passaram assim pelo Dragão não aqueceram muito o lugar: Co Adriaanse sentou-se uma temporada, Del Neri nem se sentou... Além do mais, a rotura táctica que haverá com o passado caso a escolha recaia no antigo treinador do Palmeiras será radical. Muricy actua preferencialmente num 3x5x2 com laterais muito ofensivos e um duplo pivot no meio campo, o que representa uma mudança que alguns jogadores podem não conseguir acompanhar. Dono de um ego de dimensões astronómicas, Muricy Ramalho representa a solução menos ortodoxo, mas nem sempre os processos se resolvem de acordo com o "politicamente correcto".
Certo é que o novo treinador terá de ser um espelho de Pinto da Costa na equipa: motivador, ambicioso e ganhador acima de tudo.
4 comentários:
Sinceramente nenhum dos dois me aquece nem arrefece. O que eu gostava era que o Porto continuasse a jogar em losango e esquecesse os extremos. Eramos campeões de certeza
Não gostei da decisão da saída do Jesualdo, mas ainda assim acho que um treinador que venha arriscar mais é capaz de conseguir mais do Porto do que foi alcançado em tempos recentes, nomeadamente a nível internacional. Aí se via a fragilidade do Jesualdo.
Para ficar em 2º lugar qualquer um dos dois serve...
Olha a mania a subir-lhe à cabeça ... coitado, em 20 anos festejou 4 vezes e acha que é do maior clube do mundo ... há qualquer coisa de muito errado na cabeça destes lampiões