A Mística Azul e Branca - Ainda sobre a 15ª
O Futebol Clube do Porto, no passado Domingo, conquistou a sua 15ª Taça de Portugal numa partida contra o Desportivo de Chaves que foi disputada no Estádio do Jamor (ou Estádio Nacional). Eu fui um dos milhares de Portistas que se deslocaram a Oeiras para ver a Final da Segunda Prova mais importante do nosso País Futebolístico.
Confesso que o meu entusiasmo nesta deslocação não era muito, até porque o panorama financeiro não anda famoso para ninguém e uma deslocação á Capital não é nada barata e ainda temos a questão da alimentação. Mas, como tudo na Vida tem de haver uma primeira vez para se experimentar um pouco de tudo, eis que me fiz á estrada com um grupo de amigos.
Confesso-vos que estava á espera que o Estádio Nacional fosse algo de muito mau, pois já tinha visto fotos deste e o que tinha visto não me agradou nada…
Mas uma vez lá chegado eis que me deparei com uma autêntica aberração. Aquilo a que muitos chamam de “Estádio” não é mais do que uma fotocópia, maior e com cadeiras, de um antigo Teatro Greco-Romano dos Tempos da Grécia e Roma Antiga. Aquilo é um monte rodeado de um extenso matagal que cresce sem Rei nem roque, onde os acessos são inexistentes, onde temos de parar o carro na auto-estrada, onde temos de fazer um percurso a pé pelo meio de raízes que crescem por tudo quanto é sitio fazendo com que dar um tombo seja uma imagem recorrente, onde a Segurança não existe e casa de banho é debaixo de um pinheiro sendo que as suas folhas são o papel higiénico.
Apesar de tudo isto, pus para trás das costas tudo o que de mau vi no “Estádio” e sentei-me para ver a Partida. Estava convencido de que o Porto ia fazer uma grande partida de Futebol para amenizar uma época menos conseguida. Com todo o respeito pelo Clube Flaviense, eu estava convencido de que este jogo ia ser relativamente fácil dado que o Chaves tinha descido á 2ª Divisão. O jogo começou e os Dragões entraram com a força toda e até falharam golos de baliza aberta… A equipa jogava de uma forma que me fazia acreditar que iria haver uma goleada histórica. Como eu estava enganado… È que me tinha esquecido de que à frente do Comando Técnico do FC Porto está Jesualdo Ferreira.
Depois de ter aturado a parola canção do “Cheira a Lisboa” e de ter aturado os adeptos do meu Clube a mandar bocas a quem estava cantar tal música, eis que reinicia a partida… E o que sucedeu nestes 45m foi a Cereja no Topo do Bolo da estupidez… Já não bastava a “coisa” onde estava a ver o jogo ser do pior que alguma vez vi, eis que o FC Porto fez um jogo terrível!!! Até parecia que o jogo tinha terminado e que os jogadores tinham ido para casa descansar. Vi o Bruno Alves a fazer-se expulsar de uma forma triste e o Chaves ainda teve a “lata” de marcar um golo.
Em resumo, num País de nabos onde se marca a final da Taça de “todos nós” para um buraco numa montanha onde os acessos e a segurança fazem lembrar as estradas medievais, onde se provocam os adeptos com canções regionalistas para depois quem vai ver a bola ter de os aturar e ter de gramar um jogo que foi á moda do Jesualdo, posso afirmar que o dinheiro foi muito mal gasto. Valeu apenas pela viagem e pela companhia.
Espero bem que o Sr. Pinto da Costa esteja com ideias de por o Professor a milhas do Dragão em vez de andar aos beijos e abraços á sua nova boneca brasileira, e que os Dirigentes da Federação Portuguesa de Futebol se lembrem que existem Estádios no Centro de Portugal que são Estádios no verdadeiro sentido do termo e não um buraco numa montanha com matagal á volta que ainda por cima é uma herança de Salazar.
Crónica semanal de The Blue One para o Negócios do Futebol
0 comentários: