Olhar Sobre o Sporting

Então… Já começamos a ver alguma da luz ao fundo do túnel? Como dizia um amigo meu, só não sabemos é se não será o comboio que irá esmagar a todos. Quero acreditar que não. Por outras palavras não é possível determinar a fiabilidade da performance da equipa, mas até Carlos Carvalhal tem direito ao seu estado de graça. E neste caso sabemos que tem um desafio muito grande, 8 meses de trabalho sem apelo nem agravo. Não é fácil e a fasquia está muito alta, diria até que o nosso presidente se enganou, contratando o treinador para o salto em altura, mas a fasquia colocou-a no salto com vara… É pá, trocadilho inoportuno?

Mas sobre o último jogo do Sporting o que me marcou mais foi termos ganho a uma equipa treinada por Manuel Fernandes, um dos ídolos da minha meninice, quando aos domingos pela tarde, ouvia com o meu pai os relatos do nosso Sporting. Tantas vezes gritei golo e tantas alegrias nos deu com a sua performance de goleador. Estimo-lhe as maiores felicidades no jogo do Dragão e, porque não, surpreender os campeões, que já estão a embandeirar em arco, com pouco mais já estão a escolher o cetim das faixas do penta.

Melhoramos alguma coisa, embora o nosso jogo defensivo seja responsável pela maioria dos nossos sustos, veja-se o empate nos Arcos, esqueço…? Nem pensar olhem para o que lá se passou e não facilitem. É contra as equipas fracas que mais pontos perdemos. Diria que temos uma defesa que teima em inventar, especialmente o favorito das minhas críticas, o Sr. Silva que todos já conhecem. O João Tomás vai levar este jogo para as suas memórias futuras e, se vier a treinar algum clube, pode sempre dizer que esteve a perder por 2-0 ao intervalo, contar o seu feito neste dia, incentivando a sua equipa a acreditar e dar a volta ao resultado. Poderá sempre dizer alguém já fez.

Nesta semana tivemos algumas novidades sobre a “libertação de lastro” no balneário, manobra sempre importante para o aeróstato subir mais depressa. Tenho pena é que nestas andanças das contratações fique sempre a ideia que há um reforço ou outro, com direito a press release e apresentação, auréola que é do mais fantástico que existe e que o negócio foi muito bom. Em regra há sempre duas ou três pessoas que ganham, os empresários, os jogadores e quem indica o jogador para ser contratado. Tenho pena é que às vezes quem indica os jogadores é um treinador que depois deixa, por trancas ou por barrancas, de treinar a equipa. E não estou a fulanizar, mas tenho pena que o nosso Sporting não subcontrate algum “olheiro” de uma equipa melhor sucedida na descoberta de novos jogadores, pelo sim pelo não, podemos sempre fazer algum protocolo de pós-graduação de jogadores da Academia. Qualquer coisa como, formam-se na academia e depois fazem o estágio pré-profissional no FCPorto, pode ser que se comparem alguns métodos de… como treinar para vencer.

Bom o jogo no Bonfim não correu de forma ideal, mas o bom é inimigo do óptimo e até o “Levezinho” fez aquilo para que lhe pagam, marcar golos. Diga-se o que se disser ganhar é sempre bom, mesmo que a exibição não encha os olhos. O importante, neste momento, será recuperar a confiança, os jogadores adaptarem-se ao sistema de jogo do novo treinador e ganharmos uma equipa. Suspeito que os leftovers de Paulo Bento vão ser melhor sucedidos do que as contratações “maravilha” com que o ex-triunvirato dirigente do futebol profissional nos brindou esta época. Agora é esperar pela União de Leiria e aplicar a mesma chapa 2-0, ou vá lá mais um golito por ser em casa.

Bem mas tristezas não pagam dívidas, e sábado lá estaremos outra vez para seguir com atenção a recepção ao Leiria no Alvalade XXI.


Texto de José Manuel Cardoso