... mas nem todos fizeram o seu papel. Ontem tivémos pela frente, no Estádio da Luz, uma selecção algo subvalorizada, quer no panorama europeu, quer internacional. A Bósnia pode não ser propriamente um primor de equipa, mas ficou ontem provado que foi fácil fazer-nos tremer sempre que lhes dava para atacar. Ainda assim, tudo bem, vão dizer que é natural numa fase como esta não há nunca jogos fáceis, mas depois da exibição de ontem fico com a ideia de que só não foi assim por incompetência da nossa parte.
Portugal venceu, isso é ponto assente. «Merecemos ganhar» foi talvez a expressão mais ouvida nas flash-interviews e conferência de imprensa após o fim da partida. Mas será que é verdade? Antes do jogo confesso que esperava bastantes dificuldades para estes primeiros 90 minutos, e até que tinha razão. Apesar disso, a motivação por detrás dessas dificuldades estava longe de ser a que eu pensava. Não ganhamos tangencialmente por dificuldades criadas pelos visitantes, mas sim por uma total desorganização a todos os níveis. Se não vejamos, Portugal passou mais de metade do período inicial do jogo a especular investidas, com medo de ser afirmar no seu próprio território. Depois lá fomos capazes de atabadoalhamente atacar a baliza contrária, e aqui se viram as debilidades da defensiva bósnia. Fizemos algo que eu começava a pensar se iria ou não acontecer, que foi marcar primeiro e adiantarmo-nos um pouco na corrida pelo lugar no Mundial. Por momentos até pensei que a atitude em campo tinha mudado, e que tinhamos boas hipóteses de conseguir mais golos, e resolver a questão. Mas não. Depois do golo, Portugal como que ficou conformado com a vantagem, e deixou-se adormecer. Por outro lado, a Bósnia-Herzegovina decidiu acordar, e quando atacava, nós, lusitanos, tremiamos. Sejamos realistas. Portugal tem provavelmente dos melhores defesas em toda a Europa, mas quando o "modesto" adversário corria, só era perceptível uma "muralha" muito débil, que se deixou ultrapassar por várias vezes consecutivas, permitindo inclusivamente que os bósnios nos colocassem em sentido na ida para os balneários, com um cabeceamento à trave.
Tempo de reflexão com o fim dos primeiros 45 minutos, não só no Estádio da Luz, mas também para alguns "treinadores de bancada", que assistiam em casa. E falando em treinadores, posso dizer que estava curioso para ver que palestra iria o senhor Carlos Queiroz dirigir aos seus jogadores. Infelizmente isso é algo que nunca vamos saber, mas pelos resultados que Portugal obteve na segunda parte, também não sei se quero. Ganhar por uma bola era agora o objectivo dos jogadores, que a partir da retoma do jogo simplesmente foram incapazes de produzir bom futebol. Não que não tenhamos alcançado a baliza por algumas vezes, com boas oportunidades aqui e ali, mas isso está longe de ser uma boa exibição. Sorte a nossa que a Bósnia também adormecera no jogo, e estava praticamente a ver jogar. Frente a uma selecção tão "serena", era assim tão necessário ficar contente com um só golo? Queiroz até que decidiu intervir nas contas do jogo, mas mais valia ter estado quieto. Três substituições na segunda parte, três mostras de incompetência. Nani era, na altura, provavelmente o único jogador que mexia com os ataques portugueses, mas Carlos Queiroz, em todo o seu génio, teve a iluminada ideia de o tirar do encontro, para dar lugar a Fábio Coentrão, que simplesmente não se viu em campo. Acabamos o jogo com dois avançados, e mais uma vez uma demonstração de falta de percepção da parte do nosso seleccionador. Portugal estava literalmente feito em cacos: a defesa tinha incompreensíveis intermitências de qualidade, e o meio-campo tornou-se obsoleto, incapaz de se responsabilizar pelas transições da equipa, errando uma quantidade escandalosa de passes.
Como se não bastasse o martírio que era estar a ver Portugal "jogar", a Bósnia decidiu correr um bocadinho nos minutos finais da partida, e a vitória só foi possível por obra e graça do Espírito Santo. Com investidas rápidas, a bola chegou aos ferros por mais duas ocasiões, numa só oportunidade, e em ambos os remates nada foi feito da nossa parte, a não ser talvez desviar a bola com os olhos, porque não sei se se os avançados da Bósnia quisessem conseguiriam repetir a façanha. Portugal acabou por garantir o 1-0, num jogo em que não se percebe a falta de atitude e vontade de resolver as contas do play-off. Agora resta-nos o jogo lá, e esperemos que a nossa sorte não tenha acabado na Luz, porque a jogar assim, e com um treinador tão "capaz", bem que vamos precisar de toda a ajuda possível ...
Portugal venceu, isso é ponto assente. «Merecemos ganhar» foi talvez a expressão mais ouvida nas flash-interviews e conferência de imprensa após o fim da partida. Mas será que é verdade? Antes do jogo confesso que esperava bastantes dificuldades para estes primeiros 90 minutos, e até que tinha razão. Apesar disso, a motivação por detrás dessas dificuldades estava longe de ser a que eu pensava. Não ganhamos tangencialmente por dificuldades criadas pelos visitantes, mas sim por uma total desorganização a todos os níveis. Se não vejamos, Portugal passou mais de metade do período inicial do jogo a especular investidas, com medo de ser afirmar no seu próprio território. Depois lá fomos capazes de atabadoalhamente atacar a baliza contrária, e aqui se viram as debilidades da defensiva bósnia. Fizemos algo que eu começava a pensar se iria ou não acontecer, que foi marcar primeiro e adiantarmo-nos um pouco na corrida pelo lugar no Mundial. Por momentos até pensei que a atitude em campo tinha mudado, e que tinhamos boas hipóteses de conseguir mais golos, e resolver a questão. Mas não. Depois do golo, Portugal como que ficou conformado com a vantagem, e deixou-se adormecer. Por outro lado, a Bósnia-Herzegovina decidiu acordar, e quando atacava, nós, lusitanos, tremiamos. Sejamos realistas. Portugal tem provavelmente dos melhores defesas em toda a Europa, mas quando o "modesto" adversário corria, só era perceptível uma "muralha" muito débil, que se deixou ultrapassar por várias vezes consecutivas, permitindo inclusivamente que os bósnios nos colocassem em sentido na ida para os balneários, com um cabeceamento à trave.
Tempo de reflexão com o fim dos primeiros 45 minutos, não só no Estádio da Luz, mas também para alguns "treinadores de bancada", que assistiam em casa. E falando em treinadores, posso dizer que estava curioso para ver que palestra iria o senhor Carlos Queiroz dirigir aos seus jogadores. Infelizmente isso é algo que nunca vamos saber, mas pelos resultados que Portugal obteve na segunda parte, também não sei se quero. Ganhar por uma bola era agora o objectivo dos jogadores, que a partir da retoma do jogo simplesmente foram incapazes de produzir bom futebol. Não que não tenhamos alcançado a baliza por algumas vezes, com boas oportunidades aqui e ali, mas isso está longe de ser uma boa exibição. Sorte a nossa que a Bósnia também adormecera no jogo, e estava praticamente a ver jogar. Frente a uma selecção tão "serena", era assim tão necessário ficar contente com um só golo? Queiroz até que decidiu intervir nas contas do jogo, mas mais valia ter estado quieto. Três substituições na segunda parte, três mostras de incompetência. Nani era, na altura, provavelmente o único jogador que mexia com os ataques portugueses, mas Carlos Queiroz, em todo o seu génio, teve a iluminada ideia de o tirar do encontro, para dar lugar a Fábio Coentrão, que simplesmente não se viu em campo. Acabamos o jogo com dois avançados, e mais uma vez uma demonstração de falta de percepção da parte do nosso seleccionador. Portugal estava literalmente feito em cacos: a defesa tinha incompreensíveis intermitências de qualidade, e o meio-campo tornou-se obsoleto, incapaz de se responsabilizar pelas transições da equipa, errando uma quantidade escandalosa de passes.
Como se não bastasse o martírio que era estar a ver Portugal "jogar", a Bósnia decidiu correr um bocadinho nos minutos finais da partida, e a vitória só foi possível por obra e graça do Espírito Santo. Com investidas rápidas, a bola chegou aos ferros por mais duas ocasiões, numa só oportunidade, e em ambos os remates nada foi feito da nossa parte, a não ser talvez desviar a bola com os olhos, porque não sei se se os avançados da Bósnia quisessem conseguiriam repetir a façanha. Portugal acabou por garantir o 1-0, num jogo em que não se percebe a falta de atitude e vontade de resolver as contas do play-off. Agora resta-nos o jogo lá, e esperemos que a nossa sorte não tenha acabado na Luz, porque a jogar assim, e com um treinador tão "capaz", bem que vamos precisar de toda a ajuda possível ...
2 comentários:
Se Portugal se apurar bem que podiam aproveitar pra despedir o Queiroz ...
Lol, se Portugal não se apurar é que ele é despedido de certeza.