O problema do Outono




É claríssimo que o problema que afecta o FC Porto é a chegada do Outono. As folhas caem, o tempo arrefece e a equipa deixa de produzir exibições de encher o olho. E não se pode falar apenas deste ano já que no ano passado ocorreu o mesmo.


Talvez o problema seja o facto de os jogadores estarem mais frios. Talvez seja a falta de criatividade por congelamento neurológico em virtude das baixas temperaturas que afectam a Invicta e que tantos problemas podem trazer a uma "equipa sul-americana". Certo é que, se no ano passado caimos perante Leixões, Naval e Arsenal, este ano os desaires maiores chamaram-se Braga e Marítimo (embora o Belenenses não seja de descurar).



E daqui pode surgir uma nova causa: o FC Porto dá-se mal a ir jogar fora no Outono. O resultado são vitórias tangenciais com exibições que a ninguém convence ou mesmo derrotas.



Algo que poderá estar ainda por explicar, e pode inclusive tornar-se matéria de tese de mestrado para um desses muitos professores de Educação Física que agora aparecem e que no tempo do Prof. Jesualdo eram tão escassos, é a qualidade de suplente de Fernando Belluschi em alguns jogos. O treinador portista chega aos grandes jogos e tem medo de colocar a titular um jogador com carreira no River Plate e no Olympiacos, com experiência em provas europeias e grandes jogos. No seu lugar põe Freddy Guarín, um atleta que antes de se juntar aos dragões era "estrela" no Saint Etienne, que, por essa altura, andava arredado das competições europeias.




A justificação é a velha questão de o colombiano "acrescentar músculo" ao sector médio. Até acreditaria neste ponto, mas Fernando, Guarín e Raúl Meireles não me parece que possam oferecer criatividade ao FC Porto, algo que, neste momento, só é possível com o Belluschi. E é aí que reside o principal defeito dos portistas. Não é a quantidade de golos desperdiçados, não é um problema de extremos. O cerne da questão está na falta de um médio que possa suprir a ausência do ex-Olympiacos.


Por isso, há a necessidade de atacar o mercado para reforçar a posição em causa e pode até nem ser preciso contratar, já que se olharmos para a mais recente equipa satélite do FC Porto, o Olhanense, temos um Castro a realizar um bom campeonato e que poderia, inclusive, ser chamado de volta ao plantel portista. O FC Porto precisa de ir ao mercado para tapar lacunas? Concerteza, mas não pode fingir que lá vai: se lá vai é para contratar jogadores completos e valores seguros e não atletas de qualidade duvidosa.