Colômbia dá a glória ao Porto em final portuguesa

<a href="/uefaeuropaleague/photos/index.html?pid=1632781">Falcao (FC Porto)</a>

A final até era portuguesa, clubisticamente falando, mas foi a Colômbia que se intrometeu em assuntos de Estado e resolveu a final a favor do FC Porto. Tudo, praticamente tudo, se resumiu a um momento de absoluta genialidade de Guarín primeiro e do Doutor - reduzir-lhe a nomenclatura a "senhor" será pouco - Golos, Radamel Falcao pois está claro. O espectáculo propriamente dito foi, conforme concordaram os dois treinadores, certamente mais colorido fora das quatro linhas do que dentro das mesmas.

Pela primeira vez na final da Liga Europa, o Sporting de Braga subiu à Arena, em Dublin, e, pelo onze que Domingos escalou parecia que se ia resignar a jogar no contra-ataque. O treinador bracarense colocou dois médios com características defensivas em campo - Vandinho e Custódio -, mas não deu a Custódio tarefas denunciadamente defensivas, ou seja, quando se defendia, defendia-se à "Guerreiro", como só o Braga parece ser capaz de fazer; quando se atacava, atacava-se com Custódio também. E o ex-Sporting, a jogar a sua primeira final, até poderia ter marcado logo a abrir o encontro, ao aproveitar uma bola que veio cair na sua zona, dentro da grande área, mas o médio rematou ao lado. Pouco depois, o FC Porto, que apresentou o seu onze de gala, não quis ficar atrás e valeu-se de Hulk, que deixava para trás dois adversários antes de rematar, com a bola a cumprimentar o poste direito da baliza de Artur.


<a href="/uefaeuropaleague/photos/index.html?pid=1632802">Paulo César (SC Braga)</a>

A densidade de oportunidades de golo ficaria mais baixa. O Porto tinha mais bola, mas o Braga acomodava-se bem, como sempre, em situação defensiva, não permitindo que o Porto pensasse muito o jogo pelos seus médios. Aliás, se houve matéria em que o jogo ficou mais intenso, foi em faltas. Depois de duas entradas mais à margem da lei sobre Hulk, Hugo Viana decidiu varrer o "Incrível" e viu o primeiro amarelo do bolso de Carballo, um árbitro que se revelou possivelmente como o pior elemento em campo. Não que o espanhol tenha directamente influenciado o resultado, mas, não só podia e devia ter expulsado Sapunaru, como também se mostrou ser um ignorante da ancestral "lei da vantagem", pormenor, aliás de que o Porto se queixou.

<a href="/uefaeuropaleague/photos/index.html?pid=1632775">Falcao (FC Porto)</a>

Quanto ao jogo propriamente dito, continuava o domínio, e possivelmente o controlo, dos "dragões". Ora, se espaços não existiam, passaram a existir numa só jogada. Erro na transição dos "arsenalistas"muito bem aproveitado por Guarín que, com um cruzamento milimétrico, colocou a bola em Falcao. O resto nem precisava de ser relatado porque bola que chega ao colombiano tem desfecho certo: o fundo das redes. Euforia total nos jogadores azuis e brancos e numa bancada que quase se precipitou sobre o relvado. Golo em cima do intervalo, notas de Domingos rasgadas.

No segundo tempo, o treinador do Braga arriscou, retirou Rodríguez, debilitado fisicamente, e colocou Kaká, tendo retirado também Hugo Viana e posto em campo Mossoró. Nas mudanças tácticas, o Braga pressionava mais à frente, tentando conseguir a bola logo na primeira fase de construção do Porto, isto é, em Fernando. Pois, numa dessas tentativas, o Porto foi surpreendido pelo "supersónico" Mossoró que roubou a bola ao "Polvo" e apareceu cara-a-cara com Helton. Não querendo ver a sua festa de aniversário estragada, o capitão dos portistas respondeu com uma excelente defesa, para desespero do médio brasileiro, acabado de entrar.

Talvez impulsionado por este lance, o Braga partiu para cima do Porto, em busca do obrigatório empate e passou o Porto a jogar no contra-ataque. Contudo, o domínio bracarense foi mais territorial do que efectivo. Tanto que o Porto nunca pareceu ter o jogo fora de controlo, fazendo valer-se de alguma experiência que pudesse ter a mais do que os "Guerreiros do Minho" em competições europeias.

<a href="/uefaeuropaleague/photos/index.html?pid=1632778">FC Porto</a>

No final do encontro, correria sem rumo dos dragões em todas as direcções do campo. O Braga viveu uma situação única, manchada em noventa minutos, mancha para estragar a época extraordinária que foi realizada e que acabou com o sonho de Sevilha e Celtic - na Liga dos Campeões - e com o de Lech Poznan, Liverpool, Dynamo de Kyev e Benfica. O Porto provou que é uma equipa de "top" mundial, conforme disse Gilberto Madaíl seja em que campo for e seja em que condições for. Época absolutamente sobrenatural dos "dragões" e de André Villas-Boas, um treinador colocado em "xeque" no início, idolatrado no fim.