Olhar sobre o Benfica

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David Luiz parece estar finalmente de saída. A pergunta que se impõe é a seguinte: Não teria sido mais vantajoso para o Benfica vender o central brasileiro no mercado de verão? Ao que indicaram os jornais ingleses e portugueses, terão sido feitas propostas de valor superior àquele pelo qual sairá agora e, em boa verdade, a cabeça do David esteve quase sempre fora do Benfica durante esta temporada, depois de uma época onde foi um pilar absolutamente fundamental na fantástica época do Benfica.

Um erro de gestão, perguntar-se-ão? É possível. No entanto, na minha opinião, foi o excesso de confiança da direcção benfiquista e do próprio Jesus que motivaram esta decisão. Quando comecei a ver capas de jornais onde Jorge Jesus prometia o bi-campeonato e a luta pela conquista da Champions reparei que a maioria dos nossos adeptos, galvanizados pela conquista da época anterior, também queriam acreditar na concretização dessas promessas. Porém, e se analisarmos a época passada, o nosso Benfica falhou nos momentos em que esteve sujeito a mais pressão. Os embates com o Liverpool e o Porto deixavam antever algumas fragilidades no modo como Jesus preparava a equipa e de como o Benfica era dependente da forma de jogadores como Dí Maria, Ramires e David Luiz. Estes dois primeiros sairam no Verão e a sua ausência demorou bastante tempo a ser colmatada, que o digam os 9 (!) pontos perdidos nas quatro primeiras jornadas (com bastante ajuda de arbitragens de qualidade indubitavelmente duvidosa) e a péssima campanha na Champions, onde só não fomos eliminados das competições europeias porque um puto francês se lembrou de, a cinco minutos do fim, introduzir a bola na baliza dos israelitas do Hapoel.


Por isso, e voltando à temática que me levou a escrever, a opção de manter David Luiz quando havia propostas a rondar os 32 milhões de euros pareceu (e ainda considero) ridícula. Ou será que o nosso presidente acha que alguém acenaria com 40 milhões de euros? Nesta conjectura ninguém está disposto a pagar esse valor por um jogador de uma liga do segundo plano europeu, quanto mais um defesa, por muita qualidade ou potencial que possa ter. Além do mais, a saída do David mais cedo permitir-nos-ia investir também mais cedo no mercado, onde poderíamos encontrar outros defesa-central de qualidade e desenvolver os jovens do nosso plantel (falo concretamente de Roderick e Sidnei, este último muito promissor, na minha opinião).

Mas não. O senhor Luis Filipe Vieira preferiu manter o David, obvia e notoriamente contrariado, o que se fez notar na sua performance desportivo e nalguns resultados da equipa. Assim, a direcção acabou por prejudicar o clube, tanto financeiramente (reduzindo a possível receita da transferência e pagando mais seis meses de vencimento daquele que é um dos mais bem cotados na gloriosa folha salarial), mas também a nível desportivo.

Esperemos que agora o Sidnei seja capaz de fazer uma boa dupla com o Luisão, já que não me parece que o Jardel, pelo menos num futuro breve, seja o escolhido para suceder ao David, sem dúvida uma excelente aquisição para o Chelsea. Deixo aqui ao David Luiz as minhas felicidades e espero que tenha sucesso no clube de Londres e agradeço o tempo que passou com a nossa camisola vestida, embora ache que nos últimos meses se poderia ter aplicado mais e que isso nos tenha custado alguns pontos. Já agora, quero agradecer ao Negócios do Futebol esta oportunidade e espero poder escrever com regularidade durante toda a época.

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