Clássico dá empate e com o árbitro como figura do jogo


Sporting e F.C. Porto empataram (1-1), num jogo que ficou inevitavelmente marcado pelo regresso de João Moutinho a Alvalade. Um resultado certamente mais difícil de digerir para Paulo Sérgio depois de uma primeira parte quase perfeita dos leões. O dragão acordou a tempo de evitar o prejuízo maior e segue sem derrotas sob o reinado de Villas Boas.

As duas equipas entraram em campo inibidas, com muitas cautelas, procurando ganhar posição em campo, deixando a bola para segundo plano, à procura dos pontos fracos do adversário. Um figurino idêntico para os dois conjuntos, que apostavam no passe curto e certinho, com forte preocupação em não perder a bola. Liedson, lançado por Postiga, assinou o primeiro remate, mas Falcao respondeu no minuto seguinte com a melhor oportunidade do F.C. Porto, valendo ao Sporting a saída de Patrício para anular um golo que parecia certo. Agora sim, parecia que o jogo ia começar.


O Sporting de facto foi-se soltando, conseguindo mais profundidade nos ataques, tirando claro benefício do excelente posicionamento dos seus jogadores. Pedro Mendes, Maniche, André Santos e Valdés eram só quatro, mas pareciam oito, desmultiplicando-se nas marcações ao adversário, nas compensações e na abertura de linhas de passe. O leão foi crescendo, assim, de forma sustentada, na mesma medida em que o dragão foi minguando, sem saber o que fazer à bola. A inibição de Moutinho, alvo de forte marcação das bancadas, com constantes assobios, ainda era compreensível. Mas Varela, Hulk e Falcao foram sombras deles próprios ao longo de toda a primeira parte. Sem correr muitos riscos, o Sporting foi conquistando metro após metro até ter a baliza de Helton à distância de um remate. Postiga foi o primeiro a experimentar, André Santos também tentou e Pedro Mendes acertou em cheio na barra. Apesar de todos estes avisos, o F.C. Porto continuou impávido, a arrastar-se me campo e a obrigar Patrício a improvisar um aquecimento na sua área para não arrefecer. E foi dos pés do guarda-redes que nasceu o golo do Sporting. Um longo pontapé e uma má abordagem de Maicon ao lance a deixar Valdés destacado diante de Helton. O chileno partiu de posição irregular, mas Jorge Sousa não deu por isso e Valdés atirou a contar. Um golo irregular que dava forma ao maior domínio do Sporting e castigava a displicência com que a equipa de Villas Boas encarou o jogo.

As bancadas continuavam concentradas em não dar um minuto de descanso a Moutinho e não gostaram quando Liedson deitou uma bola para fora para que o antigo companheiro pudesse ser assistido. Um gesto que retratava bem a tranquilidade que o Sporting derramava em campo. O F.C. Porto estava obrigado a mudar de atitude depois do intervalo. E de facto mudou. A começar pela velocidade que imprimiu no arranque da segunda parte, conseguindo, finalmente, abeirar-se da baliza de Patrício. Hulk apareceu finalmente no jogo, primeiro com um remate em arco, depois com uma assistência para Falcao que obrigou Patrício a também a entrar em jogo. À terceira, o empate. Combinação de Hulk com Moutinho e cruzamento do brasileiro para Falcao concluir. Fácil.


Agora era o F.C. Porto que crescia a olhos vistos, com o Sporting a perder o controlo que tão bem tinha exercido na primeira parte. Paulo Sérgio lançou Yannick e Vukcevic, mas pelo meio, o quadro sofreu uma alteração profunda. Liedson ganhou uma bola a Maicon e caiu quando passou pelo central. Cartão vermelho a proporcionar novo equilíbrio de forças. Villas Boas, que já tinha prescindindo de Varela, teve também de abdicar de Falcao para compor a defesa com Otamendi. O jogo acabou aqui. O Sporting ainda procurou a vitória, mas o F.C. Porto segurou a invencibilidade com unhas e dentes.