Olhar sobre o Sporting

Reforços sem jogar, nova atitude

Despedi-me até ao dia 09 de Janeiro sem me lembrar que havia pelo meio mais um jornada da taça Benfica 2009/2010. Este nosso vizinho da 2ª circular trata de tudo para conseguir ganhar alguma coisa numa época, agora até temos uma competição complementar com tamanhos “enganos habituais” e com vitórias à tangente do lado das Águias que, sinceramente, nem me parece que fosse necessário nesta época. Só que as goleadas de 6-1 não se repetem com tanta facilidade e parece-me que alguém já terá descoberto a fórmula de inibir a capacidade goleadora dos encarnados da Luz. Com árbitros a contribuir para enervar jogadores, empresários a desviar a atenção dos jogadores com promessas, etc. Vale tudo neste início de ano, mas enfim para nós sportinguistas, são equipas de outro campeonato, pelo menos para o Sporting do momento.

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Mas falemos do mais importante. Então até há pouco andávamos a crer que o pior nos podia acontecer, tanto drama à volta da possível entrada em falência técnica e agora, pás-pum!!! apareceram 9 milhões de euros a que se pode somar mais 1 se o Pongolle for melhor que os pergaminhos que apresentou, mais 500 mil euros a pagar ao treinador se nos qualificar para Champions, enfim mais os prémios e ordenados onde está o dinheiro para pagar isto tudo? Bom acho que o nosso Presidente não é tolo ou estará já naquela fase, se nada fizesse seria ainda pior. Não percebo muito bem de onde aparece o dinheiro mas, quem cabritos vende e cabras não tem de algum lado ele vem. Quanto à gestão desportiva estamos falados, equipa nova, novas linhas de confiança, novas contratações, nova estratégia, tudo novinho em folha.

Com tanta novidade precisamos de dar tempo para perceber se isto resulta e entretanto a época vai passando. Assim até lá, fazemos mais uns pontinhos no ranking da UEFA eliminando o Everton (sem favas contadas), batemos o pé ao Benfica (até já ganhamos ao líder Sporting de Braga) na “Lampião Cup”, enfim dentro de uns meses saberemos se, estando na berma do abismo demos o tal passo em frente. Continuo a dar o benefício da dúvida ao Carlos Carvalhal. Concordo com ele que não é possível alimentar uma equipa, com aspirações a ganhar todas as competições em que entra, com juniores promovidos todos os anos à equipa principal. Claro está que trabalhar a cantera como se tem feito, só podemos receber agradecimentos dos nossos adversários (ontem o F.C. Porto ganhou com mais um golo de Silvestre Varela). Permita-me Dr. José Eduardo, se as relações com os dragões são tão boas veja se podemos subcontratar os serviços azuis de formação pós-graduada em futebol (formar juniores não chega, é preciso criar jogadores), talvez desta forma seja menos delapidado o nosso “capital humano”, ou pelo menos crie mais um alguma capacidade para rodar os jogadores em campeonatos que os façam crescer e ainda possamos aproveitar o seu desempenho na renovação da equipa.

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Uma última nota para a não menos importante e moralizadora vitória sobre os arsenalistas bracarenses, soube bem (e a pouco porque a fome é grande) e embora ainda nos falte muito mais garra para que o futebol tenha constância e consistência e não se dependa tanto de momentos inspirados (Obrigado, Miguel pelo Golão que marcaste, miúdo!!!). Acho que ainda há muito a fazer. Notou-se bem que depois do intervalo Carlos Carvalhal conseguiu introduzir outra postura nos nossos jogadores, mais aguerridos, não deixando ao Braga tantas iniciativas de jogo com marcações mais cerradas no meio campo. Apesar disso ainda se nota algum receio de errar, muitas jogadas para o lado, medo de perder a bola e por último, mas mais importante que o resto, falta de qualidade nos passes o que gera muitas bolas perdidas em zonas onde não se pode errar, pelo menos ao nível em que queremos estar.

Agora sim, até dia 09 frente ao Leixões, honroso vencido no jogo contra o F. C. Porto que sem comprometer o jogo não teve o domínio esmagador que podiam estar à espera. Já sei que podem justificar-se que puseram a segunda equipa a jogar, mas não é isso que passa à história.

Texto de José Manuel Cardoso para o Negócios do Futebol